Diário da Astróloga: 21.05.20 | Durante a Segundo Guerra Mundial, na Itália, o judeu Guido e o seu filho Giosué foram levados para um campo de concentração nazista. Afastados da família e principalmente longe da esposa, Guido teve que usar a própria imaginação para fazer o menino acreditar que o que se passava não se tratava de uma guerra, mas uma grande brincadeira.
A intenção do pai era proteger o pequeno do terror e da violência que os cercavam. E a fantasia do pai salvou o máximo que pode a família.
Esta é a sinopse do filme A Vida é Bela, do italiano Roberto Benigni, de 1998, ganhador de várias estatuetas do Oscar e que a propósito merece ser revisto. O longa é cercado de simbolismos referentes ao exercício da resiliência. E nos ensina que em circunstâncias extremas faz toda a diferença a maneira como pensamos e agimos em meio às adversidades. É fato que não estamos diante de uma guerra, pois não temos os elementos clássicos de uma batalha, como front, grupos inimigos ou artilharia. Mas, dentro da nossa psique profunda estamos todos passando por um dos momentos mais desafiadores das nossas vidas. E nesta situação crianças e idosos são os mais suscetíveis, enquanto os adultos precisam ser cada vez mais responsáveis por si e pelos demais. Diante de tais circunstâncias eu diria que não seria mal a vida imitar a arte. Com a entrada do Sol no signo de Gêmeos dispomos agora de uma leveza, uma brincadeira e uma inteligências que até então não estavam ao nosso alcance consciente, psíquico e coletivo. No filme, Guido poderia ser uma figura tipicamente geminiana que entretém o filho até que tudo se harmonize. Cada dia de brincadeira é um dia a menos de sofrimento para o menino e também para o pai. E sua estratégia de "enganação", neste caso não é nada condenável, cumprindo um papel inclusive bastante elevado. O que sugiro para nesta temporada geminiana, que vai de 20.05 a 20.06, é que utilizemos o melhor da nossa capacidade pueril, criativa e de improvisação para salvaguardarmos quem mais precisa: as crianças e os velhos. E se para isso for preciso criar, aumentar ou inventar uma alegria, uma felicidade ou uma realidade positiva, que assim seja. As crianças e os mais velhos devem ser poupados das adversidades. É papel dos adultos serem adultos, das crianças viverem suas inocências e dos idosos serem resguardados. Não é fácil acordar todos os dias pela manhã e nos depararmos com a dura realidade da pandemia, da recessão e todos os seus desdobramentos. Mas Gêmeos nos ensina que é possível nos utilizarmos de estratégias criativas e nos pouparmos da realidade até que isso tudo passe, pois irá passar! E se para isso precisarmos "inventar" uma realidade para nós mesmos e para os nossos, uma narrativa que nos salve, que assim seja. Ao acordar de manhã vá até o espelho, "invente" um sorriso, cole-o no rosto e acredite nele. Pois no fundo ele está lá, esperando a tempestade passar.
No céu desses dias Mercúrio e Vênus em mal aspecto com Netuno continuam a obscurecer as informações e as relações. É como se houvesse uma cortina de fumaça nos impedindo de ver a realidade e este aspecto irá se estender o final de semana. Até lá, nos apropriemos das boas artimanhas de Gêmeos e do cinema de Netuno, pois como dizia Friedrich Nietzsche, "temos a arte para não morrer da verdade". Parafraseando o filósofo, eu diria mais, que "temos a arte e a astrologia para não morrermos da verdade."
Aline Maccari
Jornalista, Astróloga e Analista Junguiana
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CRÉDITOS: Ceno do filme "A Vida é Bela" de Roberto Benigni
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