sexta-feira, 8 de junho de 2018

Repensando as questões de gênero com Lilith

Lilith era a serpete que encantava o paraíso... é mulher diabo e vem da própria tentação.
Qualquer semelhança com Tieta não é mera coincidência. Rachel Weisz posa de Lilith, a Lua Negra, e nos faz repensar sobre o que é ser mulher em tempos de nova onda feminista. 
Quase toda a literatura astrológica sobre o significado da Lilith no mapa astral é um tanto obscura. E não poderia ser diferente. Ela é muito antiga, se perde no tempo e é cercada de um misticismo que a torna in-compreensível, cheia de ambivalências. A grande maioria dos autores sérios é unânime em agregar a ela interpretações fatalísticas e sombrias. Geralmente ela é conhecida como um aspecto da Grande Deusa, o feminino em sua mais plena expressão. Na Babilônia tinha os nomes de Lilitu, Ishtar ou Lamaschtu. Entre os judeus e os muçulmanos ela teria sido aquela que levou Eva a comer a maçã, ou seja, teria as qualidades de uma serpente, sendo a semente da discórdia e do pecado. Entre os cristãos foi a primeira mulher, mesmo antes de Eva.
A Lua Negra da pós modernidade é uma proposta da fotógrafa alemã  Henriëtte van Gasteren sob o nome artístico de Lilith. Para saber mais sobre a artista e as moças acesse: http://www.lilithlove.eu/

No entanto, discordando da posição de inferioridade diante de Adão sumiu do mapa quando comprou a briga pela igualdade de gêneros. Assim, Litith fica entre a primeira feminista da história e se torna um tipo de diva dos submundos. O que é curioso! Afinal, até hoje as mulheres que lutam por seus direitos, no Brasil, em Portugal ou na Tunísia são arquetipicamente vistas como bruxas e devidamente "queimadas", se não pelos maridos, pelos valores político-religiosos vigentes, pela sociedade ou mesmo pela mídia. Dentro dessa perspectiva quem entre nós mulheres nunca se sentiu uma Lua Negra, punida pela promiscuidade típica de uma devassa? Aquela megera e eterna sombra do masculino, sempre a apontar suas covardias e incompletudes!?

Um pouquinho de astronomia e mitologia

Lua negraHá várias teorias sobre a descoberta do asteróide Lilith, no entanto na astrologia ela é interpretada como um ponto específico no céu ou no mapa, desde a década de 30. Como a Lua tem uma trajetória elíptica ao redor da Terra, dois pontos focais são avistados. O que fica vazio é conhecido por Lua Negra ou Lua Escura entre o Apogeu (ponto mais distante da Terra) e o Perigeu (ponto mais próximo da Terra). Dessa forma, a Lilith percorre 40º por ano pelo zodíaco, levando de 8 a 10 anos para dar a volta completa.
As que se escondem por detrás da esposa, da religiosa, da boa mãe... são as piores. Coitadas das filhas!
Por ter sido descoberta na mesma época que Plutão é considerada por alguns autores como a contraparte feminina do deus dos infernos. Por ser um ponto pode ter relação com falta de saciedade, sentimentos de vazio, frustração, perda, ausência e exílio. A ela também são associados comportamentos compulsivos e forte sensação de peso do destino, como um karma. Pode ser o proibido, o inacessível, o intangível. Tem relação com comportamentos sexuais promíscuos, neuroses, estados de identificação com a morbidez. Pode ter problemas com os pais como conflitos que se repetem, traumas de infância, questões sem resolução fácil. Pode ser o lado sombrio da personalidade, o que está oculto, por isso não vemos, a não ser noutro alguém, possivelmente num comportamento que nos deixa bastante desconfortáveis. Pode ser a "outra" ou o "outro" de um relacionamento amoroso. A Lilith aparece repetidamente com "a amante".
Diva erótica, nada é limite para uma grande vontade.

Ela também está associada à luxúria, à libido, ao invisível como os conteúdos inconscientes. O ponto onde ela se encontra no mapa pode demostrar uma parte de nós que desconhecemos completamente. Por ter natureza emocional talvez ela se encaixe melhor se estiver nos signos de água como Câncer, Escorpião e Peixes. Há ainda uma relação dela com Hécate, conhecida como uma das deusas mais poderosas da Grécia antiga que dominava ervas alucinógenas, ritos sombrios e encantamentos, aparecendo rodeada de serpentes numa única escultura que restou do passado. E também com a Pomba-Gira, entidade da umbanda e do candomblé, arquétipo de um feminino livre, poderoso e sensual que interfere nos assuntos do amor.
Diva das madrugadas solitárias no lar infernal de uma única moradora.

Da mesma forma que a cobra e a serpete, animais que provocam sentimentos de ambiguidade, a Lilith também o é. E como estamos vivendo tempos de "luz plena" de acordo com o Movimento Nova Era, esquecemos que às vezes somos feitos também de aspectos sombrios. Este é um dos princípios da psique humana, como o símbolo do ying-yang, como explicou o pai da psicologia arquetípica Carl Jung.
Lilith: se prender o bicho pega, se soltar o bicho come!
Juntando as partes de um mito em frangalhos podemos ver, em textos antigos, uma mulher no período de transição de uma sociedade justa entre gêneros para a supremacia do patriarcado com a submissão do feminino. Foi quando a mulher, cheia de personalidade, instintos e desejos reais foi castrada, encarcerada e reduzida. Nascer da terra é sinônimo de liberdade, da costela do homem um símbolo de servidão. Desta forma como não se sentir prisioneira, frustrada e então maldita? O mito de Lilith, quando entendido como uma história como começo, meio e fim, submetido ao patriarcado e ao poder da Igreja é totalmente compreensível. Ela é uma subversiva porque é mulher!
No mapa natal e por aspectos (trígonos e conjunções, aspectos positivos ou quadraturas e oposições, aspectos desafiadores) a Lilith pode indicar em que área da vida desejamos e comemos uma suculenta maçã ou sucumbimos à expulsão do paraíso e a chegada aos infernos. O que poucos sabem é que livre para  se expressar pelo mundo ou adestrada no lar ela é poderosíssima e pode mudar o rumo das coisas quando bem desejar.
Aline Maccari

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