terça-feira, 25 de julho de 2023

Qual a diferença entre arquétipo e estereótipo?

Diário da Astróloga: 25/Jul/23 | Hoje vocês vão entender porque eu não conto qual é o meu signo!

ARQUÉTIPO

Falar em arquétipo se tornou moda, uma máxima na astrologia, na mitologia e nos estudos de psicologia analítica de Carl Jung. Mas, qual o significado da palavra? Arquétipo vem do latim archetypum ou arkhétupos, arque (antigo)tipos (modelo), ou seja arquétipo seria um modelo antigo, um tipo antigo, primitivo, uma cunhagem primeira. Para Platão, as ideias são arquétipos das coisas. É como se arquétipo fosse o modelo que representasse algo maior, de forma atemporal e basal. 

A percepção de um arquétipo é sempre simbólica, ampla e irrestrita. Quando falamos do arquétipo do herói estamos falando de um tipo que não tem tempo, lugar ou cultura, por que o herói existe desde os tempos sem princípio, dentro de toda e qualquer cultura. No entanto, cheio de características e especificidades, porém com um tronco narrativo simbólico comum, como por exemplo a caminho de um "castelo", em busca de uma "princesa" ou travando um duelo com o "dragão". O mitólogo Joseph Campbell mostra a estrutura do mito do herói, através das culturas, sob a ótica do que ele chama de monomito, uma narrativa comum, mas de cores, sons, cenários e desafios muito diferentes. Compreender a noção de arquétipo amplia nossa forma de pensar e nos traz uma certa tranquilidade, por que vemos um padrão ou modelo primeiro que está presente nas situações que podem parecer caóticas num momento inicial, mas não são. 

É por isso que estudar os arquétipos, presentes como base fundante da mitologia, nos ajudam a entender uma história antiga que faz sentido até hoje, pois nele está o começo, o meio e o fim de todas as coisas. Os tempos passam, o mundo evolui, mas o tipo antigo atravessa os séculos e se faz presente no trato diário com as pessoas, na fila do banco, na sala de aula ou na relação conjugal. Estudar os mitos e os arquétipos é um exercício de ampliação de repertório simbólico. O que pode trazer muito mais riqueza para o nosso dia a dia, uma vez que amplia o sentido das coisas que vivemos e que num primeiro momento não teriam explicação. 


Estudar o arquétipo de Mercúrio por exemplo, conhecido como Hermes na mitologia grega, é o mesmo que, em alguns momentos, estudar o Puer Aeternus, o deus antigo da eterna juventude. Quem reconhece Mercúrio no mapa astral pode reconhecê-lo na vida, na cultura e até na literatura. Ele é também o Peter Pan, o Pequeno Príncipe ou a figura de Michael Jackson em sua Neverland. Nas relações amorosas com as mulheres, eles são o homem que não arca com responsabilidades, o bebezão que não quer crescer, que deseja ser o eterno solteirão, festeiro, pronto para ser cuidado por uma mulher-mãe docemente maternal. Eis a sua contraparte!

Aliás, segundo Jung, os arquétipos são melhor vistos e compreendidos quando analisados aos pares. Há o arquétipo do masculino (Marte), mas também o do feminino (Vênus). Há o arquétipo do jovem (Puer), mas também o do velho (Sênix). Há um arquétipo de expansão (Júpiter) e um de retração (Saturno). Embora hajam outros que tem força por si mesmos, como o arquétipo da criança, o arquétipo da grande mãe, o arquétipo do salvador...

Quem percebe a profundidade do arquétipo se torna capaz de reconhecer com quem lida e como lida no nosso cotidiano. Como não perceber, à partir disso, que estamos cercados de pessoas e situações arquetípicas constantemente? 

ESTEREÓTIPO

Não conhecer o poder da ampliação de consciência ofertada pelo estudo arquetípico não é crime. Há quem viva uma vida onde um carro caro, grande e potente seja apenas um objeto de ostentação e não uma grande armadura ao estilo medieval, usada numa terrível batalha cotidiana, social e psicológica. No entanto, o risco que corremos é o de responder à vida segundo a fragilidade dos estereótipos

Estéreo significa sólido, duro, cristalizado. O estereó-tipo poderia ser considerado de alguma forma o contrário do arquétipo.  É um ideia, um conceito ou modelo tido como padrão para tudo o que se pense a respeito de um único tema, o que engessa o olhar, a interpretação e as relações. O estereótipo reduz e rotula realidades que podem apresentar uma tremenda riqueza. É aí que ele se torna padrão, preconceito, lugar comum e cliché. Uma reprodução automática de um comportamento ou situação que anula qualquer originalidade ou adaptação. O estereótipo é tudo, menos criativo. Ele endurece, limita e copia. No entanto, é muito mais fácil enxergar o mundo e classificá-lo à partir dos estereótipos que dos arquétipos. 

UM DESAFIO AO OLHAR

Quem vê cara, não vê necessariamente mitologia e não percebe nuances de profundidade. Quem estereotipa o mundo perde a oportunidade de encontrar camadas de complexidade e conhecimento, beleza, mistério e aventura. 

Rotular é um exercício muito comum da psique humana. Pois é assim que damos conta de milhares de informações recebidas num único dia e que entendemos o mundo, à partir de uma economia psíquica. Entretanto, é o mesmo mundo que não deveria ser apenas "entendido", mas "desvendado"! A astrologia não pensa por estereótipos. Ela não reduz para compreender. Ela é a arte de pensar arquetipicamente para ampliar conceitos, comportamentos, possibilidades e desvendar a própria vida. O que o estereótipo aprisiona, o arquétipo liberta! 


PARA A ASTROLOGIA

Um signo jamais poderá ser um estereótipo. Do contrário, estaremos reduzindo comportamentos e modos de ser e estar, outra vez. Um signo é um arquétipo através do qual iniciamos um diálogo e temos pistas sobre quem pode ser aquela pessoa.  Arquétipo para mim é ponto de partida! E Estereótipo é ponto de chegada!

Usar a astrologia para estereotipar as pessoas é um desserviço para o mundo de hoje e um desrespeito à inteligência dos antigos. Quem deseja ampliar sua relação com os mistérios da vida, deveria pensá-la arquetipicamente. Quem estereotipa o mundo geralmente acha que encontrou respostas fáceis. O que leva a um empobrecimento intelectual e a uma limitação relacional. Num mundo complexo como o de hoje, precisamos raciocinar de maneiras mais sofisticadas. 

Aline Maccari Jornalista, Astróloga e Analista Junguiana O link segue na BIO☝ e nos STORIES ☝ YOUTUBE👉




Diário da Astróloga: 25/Jul/23 No vídeo de hoje trago mais um conceito junguiano, para nos ajudar a entender a astrologia, a psicologia, a vida, as relações e comportamentos humanos. Você sabe qual a diferença entre arquétipo e estereótipo? Quem sabe à partir da compreensão desses conceitos você consiga se relacionar melhor consigo, com os outros e com o mundo. Aline Maccari Jornalista, Astróloga e Analista Junguiana O link segue na BIO☝ e nos STORIES ☝ YOUTUBE👉

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