Para a astrologia, este ciclo se chama “O Retorno de Saturno” ou “A Curva de Saturno” ou ainda “O Aniversário de Saturno”. É quando o planeta volta ao ponto inicial do nosso nascimento e começa um novo ciclo de mais 30 anos. Conheça o significado mais amplo desta fase tão desafiadora e entenda a melhor forma de encará-la.
OS PRIMÓRDIOS
Saturno é um planeta, um deus e um princípio psicológico e ele é anterior a tudo o que podemos imaginar. Ele existe desde os tempos sem princípio.
Poderíamos dizer que o politeísmo (paganismo greco-romano e demais religiões antigas) e o monoteísmo (judaísmo, cristianismos e islamismo) são "criações mentais coletivas" que trouxeram sentido à nossa vida psíquica. E como código de conduta, se alastraram e regularam os nossos comportamentos consciente e inconsciente. É como se todos nós, como sociedade planetária, combinássemos de tempos em tempos que as coisas devessem ser entendidas segundo uma nova ordem. No entanto, na "ordem" da psique, nas profundezas da mente, os mecanismos de compreensão da vida são os mesmos, desde os primórdios. E um dos sentimentos mais antigos é o MEDO e o RESPEITO que temos de ter, seja à natureza e suas intempéries, aos céus ou a alguma entidade. Saturno concentra em si, temor e reverência. E é assim que devemos encará-lo.
DA GRÉCIA À ATUALIDADE
Na antiguidade, um dos deuses mais populares era Saturno (Chronos para os Gregos), conhecido como o temido deus do karma. Entre os cristãos, ele era a faceta temida de Deus, representado em vários momentos bíblicos, de Gênesis a Jó. Esse medo que os deuses suscitam em nós é histórico e em muitos momentos incompreensível. No entanto, segundo alguns autores modernos, como o mitólogo Joseph Campbell, se lidássemos com menos temor, mais sabedoria, talvez compreendêssemos com mais clareza esta força.
O MITO: CRONOS/SATURNO
Segundo os gregos antigos, a vida surge do casamento entre o céu (Urano) e a Terra (Gaia). Deles, nasceram os Titãs, os primeiros deuses da história que representam as forças iniciais e irrestritas do universo. Entretanto, como no começo tudo era expansão e crescimento, foi preciso que uma potência representasse a ORDEM, a FORMA e o LIMITE das coisas. E assim nasceu Cronos (Saturno), o senhor do tempo, a única unidade de medida que está totalmente fora do nosso alcance e sob a qual não temos qualquer controle. Mas, esse titã regulava mais que o tempo. Era ele o PRINCÍPIO DO FIM, daquilo que precisa ENVELHECER e MORRER, como tudo da vida. Num dos trechos mais simbólicos do mito, Saturno corta os testículos do pai (Urano), impedindo-o de fecundar a Terra (Gaia) indefinidamente. E assim, Saturno se torna uma representação de REGRA, LIMITAÇÃO e FINITUDE, às vezes bastante cruel.
Entretanto, autores antigos dizem que o tempo em que Saturno reinou, após o destrono do pai, foi conhecido como a Era de Ouro, onde as pessoas viviam dentro de princípios dignos e nada lhes faltava. No entanto, como reza a lenda e o destino, Saturno foi se tornando um tirano. E receoso de que seus herdeiros fizessem o mesmo consigo, tirando-lhe o poder, Saturno devorava os filhos, um a um, à medida em que iam nascendo. Cansada de ver seus filhos sendo engolidos, Réia, a rainha, decidiu impedir as investidas cruéis do marido. E no lugar de Júpiter (Zeus para os Gregos) seu filho mais novo, Saturno engoliu uma pedra. Nessa reviravolta mitológica, o rei regurgitou os filhos de volta. E como quem mais deseja fugir do destino acaba sendo encontrado por ele, Saturno foi destronado pelo caçula, perdendo a majestade. E assim, Júpiter se torna o deus do Olimpo, estabelecendo uma nova ordem mundial.
MITOLOGIA É PSICOLOGIA
Os mitos, as histórias mais antigas do mundo, são narrativas primeiramente confusas, estranhas, mas vitais porque carregam verdades psicológicas profundas, independentemente do tempo e do espaço.
Tudo no mito é símbolo. A foice de Saturno é o instrumento que corta, castra e poda. E sua imagem de homem velho, maduro e carrancudo é uma analogia ao tempo. Mais que um planeta ou um mito, Saturno é uma realidade psíquica, diria Carl Gustav Jung, o pai da psicologia analítica. Assim, compreender a simbologia mitológica da história de Saturno é como se abrir para uma compreensão psicológica mais profunda, de como os deuses agem dentro de nós. O Saturno da mitologia clássica não é diferente do TEMPO que nos devora durante a vida.
O ARQUÉTIPO DO VELHO SÁBIO
Quanto mais o tempo passa, mais nos afastamos da sabedoria grega antiga, de Saturno e da compreensão de seu significado mais profundo. Somos uma sociedade muito guiada por princípios consumistas e que têm valorizado cada vez mais a juventude. Mas, até antes do advento da internet, eram os mais antigos que detinham o conhecimento da vida, da tribo, da sociedade, da cultura e com eles aprendíamos tudo. Eles eram a memória, a sabedoria, a transcendência e o sagrado. Era portanto, um privilégio ter pessoas mais velhas ao nosso redor, pois elas eram o próprio CONHECIMENTO.
*Etarismo!!!
Em qualquer livro de astrologia, Saturno é, portanto, o velho, o sábio, o professor, o mestre, o exigente. Mas, também é o kármico, o cobrador, o castrador. Ele é aquele que vai podar uma árvore, cortando seus galhos, para que ela cresça adequadamente, sem perder as raízes, até tocar os céus. Mas, para isso, ele irá ensinar, às vezes da pior maneira possível. Por isso, Saturno é aquele que nos atormenta, restringe, dificulta, censura, limita e por vezes até entristece.
Quem traz consigo o planeta Saturno no mapa natal em forte posição ou planetas importantes como Sol, Ascendente, Lua ou Vênus em Capricórnio, signo regido por Saturno, irá sentir em sua história pessoal essas qualidades como se fossem suas. Como se essas pessoas vivessem vidas cheias de limitações, restrições, lentidões. Ou como se, elas mesmas, restringissem e limitassem a vida dos outros. Quem tem Saturno em posição de destaque no mapa natal, pode ser um verdadeiro Saturno na vida real.
SATURNO NO MAPA
Embora os ciclos de 30 anos sejam os mais desafiadores e definitivos, se no mapa natal ou de trânsito, Saturno nos fará aprender a sua lição, em cada casa do mapa natal (área da vida) de uma forma diferente. E todos nós iremos sentir isso em algum momento. Pois todos nós temos Saturno em algum lugar do nosso mapa natal e em trânsito. Ou seja, todos nós teremos um abacaxi para descascar. E nessa hora, meus caros, ninguém é melhor que ninguém. Somos todos aprendizes.
NO ASCENDENTE
Quem têm Capricórnio ou Saturno no Ascendente, pode sentir suas restrições na forma de agir. Como se o sujeito encontrasse bloqueios durante a vida, como se as coisas não fluíssem livremente. Como o Ascendente é também a manifestação do corpo físico, Saturno nesta posição pode significar nascimento difícil ou corpo físico restrito, tomado desde um cansaço que nunca acaba, cheio de dores até dificuldades de locomoção. Uma postura mais séria e até pessimista, também pode marcar um Saturno no Ascendente, seja natal ou em trânsito.
NA CASA 4
Saturno na casa 4 assinala dificuldades no lar, com o pai principalmente, carregando um certo remorso pelas dificuldades apresentadas pela vida tão cedo. Em trânsito, Saturno pode representar dificuldades na vida privada, com os familiares, a casa e o passado.
NA CASA 7
Na 7, casa dos relacionamentos, pode significar abandono, aridez no casamento ou fracasso em sociedade. Em trânsito, pode representar um dos momentos mais desafiadores para a vida a dois. Mas, por outro lado, se superados, pode significar um momento de maturidade para o casal e até mesmo de união sólida.
NA CASA 10
Na casa 10, pode dificultar a ascensão profissional, como se alguém ou as circunstâncias não deixassem o sujeito ganhar o tão sonhado lugar ao sol. Como se a profissão fosse seu maior impasse. Em trânsito, pode ser um período de muito trabalho, novas responsabilidades e sentimento de fracasso. Mas, se for uma fase atravessada com maturidade, pode nos levar a postos de chefia, vindo a se tornar uma autoridade.
Como se vê, Saturno pode ser uma pedra no sapato, onde quer que esteja. A questão é que geralmente não falamos sobre nossas limitações, sobre aquilo que nos puxa para baixo, nos deprime, nos atrapalha, ou seja, sobre nossas impotências e vulnerabilidades. Em tempos de redes sociais, tudo o que se vê são máscaras sociais, aparências, Carl Jung chamaria de Personas. Geralmente o que aparece publicamente está mais evidente em Júpiter: todas as nossas viagens e investidas de sucesso na vida que aparecem nos nossos feeds. Geralmente não mostramos nosso Saturno publicamente. É mais comum vê-lo em ambientes privados, no set terapêutico, nos confessionários, enquanto oramos, choramos ou pedimos colo, mas também em vícios, fugas ou tentando afastá-lo com festas, hiper socialização, antidepressivos ou reações agressivas. É por isso que precisamos falar sobre este princípio/experiência, às vezes muito bem escondido, até de nós mesmos.
O RETORNO DE SATURNO
Os antigos alquimistas transformavam chumbo em ouro. Uma alegoria que traduz a tentativa do homem de transformar seus aspectos menos conscientes em mais conscientes, primitivos em evoluídos, sombrios em luminosos. Nesse processo natural de evolução espiritual, SATURNO SÓ REPRESENTA UM DEMÔNIO PARA QUEM TEME AUTORIDADE OU TEM MEDO DE CRESCER E EVOLUIR. Todo o processo de evolução necessita de um mestre guia. E Saturno é o cara! Em várias fases da vida.
Cada planeta tem sua órbita. Como a astrologia trabalha sob a perspectiva do heliocentrismo, a Lua leva 28 a 29 dias para fazer a sua revolução. Saturno, como uma oitava acima, leva de 28 a 30 anos para fazer a sua. Foi a partir desta idade que Buda saiu de casa em peregrinação em busca do "si-mesmo" e Jesus Cristo teria começado a pregar. É como se este fosse um marco da entrada na vida adulta, a maior idade astral, um dos momentos mais importantes da vida.
O CICLO DOS 7 ANOS
Antes de Saturno fazer a sua volta completa, ele forma aspectos menores. E todas as vezes que, em trânsito, forma um ângulo de 90º graus (em relação ao Saturno natal), ele produz um novo marco.
Aos 7 anos de idade perdemos todos os dentes da boca e formamos uma nova dentição, a do adulto. Nessa idade a criança sai do colo da mãe e começa a se identificar com o pai. São as estruturas, em forma física (os dentes) e em forma psicológica e social (o pai) que são apresentados à criança nesta fase da vida onde ela já não pode ser tratada mais como um bebezinho.
Aos 15 anos de idade, na primeira oposição de Saturno (de trânsito) ao Saturno (natal) que as moças são ou pelo menos eram apresentadas à sociedade por meio das festas de debutante. A menina, que já havia menstruado pela primeira vez, poderia se tornar o futuro par do jovem rapaz que a conhecesse naquela noite. E muitos relacionamentos que se tornaram casamentos, começavam por volta desta idade.
Aos 21 anos de idade, convencionou-se a legalização da maioridade penal. Com a formação plena do Ego, fase que coincide com a formação educacional e profissional. É na 2ª quadratura de Saturno, vivemos o penúltimo rito de passagem.
Aos 28 anos e meio, 29 e 30 anos, temos então a volta completa, quando o sujeito se torna de fato adulto e vai para o mundo com responsabilidades reais e demandas espirituais. Nesta fase, Saturno, que passa completando aniversário (pois fez a volta completa), imprime sua maior e mais séria lição. E então aos 30, somos finalmente adultos!
Aos 60, revivemos o chamado da maturidade. Somos novamente convidados a refletir sobre nossos planos, projetos, comportamentos, sobre o que construímos, o que deixamos para trás e o que não podemos deixar de viver. É nesta fase que os filhos estão grandes, vivendo suas vidas, e por isso nos sentimos muito solitários, que muitos de nós se aposentam, deixando de lado a rotina de uma vida profissional ou que estamos cuidado dos mais velhos, adoecidos.
Aos 90, vivemos a coroação de uma vida e a maravilha do legado que deixamos. Eis a preparação para o fim da jornada. Papa Francisco e o Dalai Lama estão próximos desta fase da vida atualmente.
O SIGNIFICADO DO RETORNO
O Retorno de Saturno é, portanto, o primeiro ciclo de maturidade plena da vida. Depois desta idade, já não estamos mais falando com uma criança, um jovenzinho, mas um adulto. Se ainda estamos lidando com uma personalidade infantil, depois desta idade, isto é sinal de uma educação disfuncional, numa cultura disfuncional, num tempo disfuncional; de uma pessoa que tem medo de entrar na vida adulta e a possibilidade inclusive de um COMPLEXO DE PETER PAN.
Assim, se o sujeito fez o que deveria ter feito, aprendido e cumprido com suas obrigações durante esses 30 anos, Saturno pode passar como mestre camarada, coroando-o com o fluir da vida, permitindo que o sujeito continue seguindo sua jornada. No entanto, se o sujeito mentiu para si mesmo, fez de conta que a vida era muito mais fácil do que parecia, não respeitou seus próprios limites ou os dos outros, Saturno não perdoará. Nessa hora, durante cerca de 1 ano meio até 2 anos de trânsito planetário, o sujeito poderá sentir os efeitos de um Saturno opressor, moralista, castrador, trazendo contas pesadas a serem pagas e nos restringindo de todos o tipo de recursos sejam materiais, emocionais ou espirituais. A intenção é de que com esse "golpe da vida", o sujeito tenha a penosa oportunidade de rever suas escolhas, posturas, comportamentos, máscaras (personas) para aprender a seguir com mais dignidade e verdade pelo restante do caminho.
Por outro lado, se negarmos Saturno, o sujeito pode deprimir, entristecer, amedrontar e pode até mesmo paralisar diante de tantos obstáculos. O maior crime nesse processo é zombar da "face temida de Deus". Saturno é uma autoridade social, cultural, psíquica, espiritual, e não está de brincadeira. Ele não é apenas o senso ordenador e moral do mundo, mas o nosso regulador interior. O nosso mais profundo mestre e professor.
Nessa fase, são muitas as formas como Saturno pode se manifestar em nossas vidas. Eis alguns exemplos possíveis. Embora estas não sejam situações que irão acontecer com todas as pessoas que estão passando pelo Retorno de Saturno:
Podemos desenvolver algum tipo de doença que tem algo a nos dizer, um acidente ou incidente que nos leve a repensar o nosso propósito de vida;
Podemos perdem parentes importantes, alguns a figura materna, outros a figura paterna;
Podemos nos tornar mãe, pai, tios, avós, assumindo responsabilidades por uma outra vida que dependa de nós;
Podemos levar um tombo profissional, percebendo que estamos agindo contra a nossa própria natureza e ambição;
Podemos concluir que estamos na área de atuação errada e perceber que está na hora de fazer uma transição de carreira;
Podemos nos divorciar antes dos 30 e fazer escolhas mais acertadas depois da maioridade astral.
Podemos perder muito dinheiro, para então aprendermos a diferença entre “preço” e “valor”;
Podemos enfrentar a falência financeira e profissional conjuntamente, para depois seguirmos um destino bem diferente na vida;
Podemos descobrir que não estudamos o que desejávamos de verdade e então começamos a cursar um novo curso na faculdade e que faça mais sentido com a maturidade;
Podemos entrar num duríssimo processo iniciático e espiritual que pode durar muitos anos (7 ou 14 anos) e só depois de muito tempo descobriremos os reais motivos de termos sofrido tanto. Geralmente, esse tipo de experiência forma o sujeito para ser um “Saturno” na vida de muita gente.
Todos esses são golpes que podem deixar o sujeito momentaneamente fraco, confuso, exausto, desnorteado, sem chão, com a sensação de estar em queda livre, solitário e desamparado. Mas, por mais duro que pareça, a intenção de Saturno é educar e amadurecer. E quem fugir a este chamado e teimar depois dos 30, dos 60 e dos 90, será atormentado por novas oposições e quadraturas saturninas, até se endireitar e entrar na trilha certa do destino que deve viver.
SATURNO E A ASTROLOGIA
Maléfico, esta é a má fama de Saturno. Dever, responsabilidade e compromisso; rigor e rigidez; forma e estrutura; estabilidade e segurança; tradições culturais, sociais e familiares; nome e sobrenome como legado; sabedoria, liderança e autoridade; princípio do tempo quantitativo; preocupação, paciência e contenção. Ele é Chronos, o tempo, que distribui imparcialmente e impessoalmente o que é justo. Impiedoso, ele representa cristalização, rigidez, cautela, ceticismo, moderação, ordem, eficiência, sabedoria, segurança, ambição e limitação do Ego. Saturno de forma isolada e fria, sem amor, ou seja, sem compreensão profunda, é a própria RIGIDEZ, a NEGATIVIDADE e a MORTE.
Para Sigmund Freud é parte do SUPEREGO, tudo o que carregamos como legado familiar e social, que pode nos oprimir e controlar, nos afastando de um eu verdadeiro.
Para Carl. G. Jung é parte da SOMBRA, que nos faz sentir culpados, bloqueados e que nos leva a projetar qualidades nefastas nos outros, como se não conseguíssemos ver o que há de oculto em nós mesmos. Saturno no mapa de nascimento, sendo estudado pelo signo e casa que ocupa, nos faz sentir que não podemos ser tudo aquilo que sonhamos naquela área específica da vida.
É como se ele restringisse o plano físico (a realidade da vida que nos cerca) ou a vida emocional, para desmascarar e induzir nossa evolução espiritual. Aliás, será que ambas andavam juntas? Geralmente o plano espiritual está muito aquém das nossas realizações terrenas. No tipo de sociedade que inventamos, a vida material, a sobrevivência fala mais alto. E como fica a sobrevivência do Self, do "si-mesmo", da parte divina e essencial em nós? O chamado de Saturno é profundo e interior. Só quem responder a ele com disciplina, respeito e seriedade para ir além da matéria e das aparências, poderá ver nascer outros níveis de evolução da alma.
Não é à toa que os grandes mestres espirituais se rendem a Saturno, em calma, paciência, resiliência, perseverança, cautela e silêncio para alcançarem seus altos estágios de evolução.
Na vida real ele pode ser um professor, sábio, mestre, padre, pastor, xamã, psicólogo, psicanalista, astrólogo ou oráculo.
No cinema ele é representado pelo Mestre Yoda, de Star Wars. Em As Brumas de Avalon, ele é o Mago Merlin. No Senhor dos Anéis, ele pode ser o Gandalf..
O QUÊ FAZER COM SATURNO?
Saturno em nossas vidas pode significar uma âncora nos puxando para baixo. Essa é uma sensação muito comum. A questão é que estamos vivendo uma CRISE DE AUTORIDADE há muitos anos. Num tempo onde era mais comum uma certa DISCIPLINA pessoal, familiar e social, Saturno não era tão temido. Afinal, ele faz parte da vida.
Estamos vivendo um momento muito especial em nível astrológico. Plutão, deus das profundas transformações, de morte e renascimento, está sobrevoando Capricórnio, signo regido por Saturno, desde de 2008 e ficará por lá até 2024. Especialmente nesse período nos parecerá que o mundo perdeu as rédeas e nós também. Talvez esse seja o tempo mais apropriado para refletirmos Saturno e entender que autoridade não é algo desnecessário. Muito pelo contrário. Basta ver uma criança que cresce sem a educação dos pais. Na vida adulta, tudo o que ela mais sentirá falta será dos limites que nunca teve.
Passar por esta fase sozinho é algo que jamais seria pensado nas tradições antigas. Afinal, toda a tribo já conhecia esses estágios da vida. É por isso que devemos nos reintegrar a um senso de comunidade e pertencimento. Observar as outras idades e suas responsabilidades, nos ajuda a compreender o nosso lugar no mundo. Por isso, converse com os mais velhos, escute os mais maduros, aquelas pessoas que você considera sábias. E se necessário, procure ajuda de um profissional do autoconhecimento. É ele quem poderá ajudá-lo a encontrar luz pelo caminho.
ENFIM...
Se você está passando, portanto, pelos 30, 60 ou 90 anos, reflita sobre Saturno, este princípio que está fora de nós, mas também dentro de nós. E reveja seus comportamentos, planos e sonhos. Aos 30, nos tornamos adultos. Aos 60, começamos a encarar a 3º idade. E aos 90, a finitude está próxima. Em todos estes marcos da vida, seremos chamados ao sentido profundo e ao propósito da nossa existência. É como se Saturno estivesse nos perguntando: “O que você está fazendo da sua vida?” Se a resposta for evasiva, inconsistente, infantil ou escapista, prepare-se para as lições do mestre! Em qualquer idade, precisamos nos alinhar com o nosso destino e a sabedoria da vida!
ARTE: A Arte que ilustra o conteúdo de hoje é a imagem de Saturno, sem ampulheta ou foice, como normalmente aparece. Entretanto, devorando os filhos, como ele normalmente faz. A pintura é da artista barroca veneziana Giulia Elisabetta Lama (1681 - 1747). Fico muito feliz em encontrar uma obra prima produzida por uma mulher numa época tão remota.
Aline Maccari Jornalista, Astróloga e Analista Junguiana ● O vídeo completo pode ser visto no canal da @aastrologa no YouTube: www.youtube.com/@aastrologa. Ou clique no link que segue na BIO☝ e nos STORIES ☝