quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O medo

No céu de Peixes sentimos medo.  Medo de quê? 
Aproximar-se de Pan (pânico)  pode acabar por desmitificá-lo.
Seria um desequilíbrio? Um excesso? Ou uma oportunidade ampliada? Seis planetas ocupam o signo de Peixes pelos próximos dias. São eles Sol, Mercúrio, Marte, Quíron e Vênus de mãos dadas com Netuno. Os efeitos desse céu em nossas vidas podem ser muitos. Super sensibilidade, delicadeza, altruísmo, amor, sonho, beleza, viagens, descobertas, inconsciência, delírio, engano são algumas das energias que pairam nos ares. Mas, especialmente hoje gostaria de falar sobre uma das qualidades piscianas que pouco mencionamos e que é muito presente. Uma vez atendi uma moça com Marte em Peixes em seu mapa natal. O planeta ocupava o topo no mapa, próximo ao ponto "ápice" que chamamos de Meio do Céu. Em posição privilegiada, Joana poderia usar esta grande qualidade para desenvolver uma carreira brilhante na psicologia ou no cinema, uma vez que Netuno, planeta regente de Peixes, rege a inconsciência, o onírico e a sétima arte. No entanto ela sentia medo, mas não um medo qualquer. Ela se sentia paralisada por uma força aparentemente invisível. De fato nada em sua vida cotidiana, em sua condição social ou familiar poderiam significar uma barreira a suas escolhas. Mas o medo a paralisava e ela sofria de "passividade crônica", inação. Para o sociólogo Zygmunt Bauman o medo é uma das sensações que marca nossa vida na sociedade pós-moderna. Ele é constante, pessoal, coletivo e estimulado diariamente. "O medo é mais assustador quando difuso, disperso, indistinto, desvinculado, desancorado, flutuantes, sem endereço nem motivos claros; quando nos assombra sem que haja uma explicação visível, quando a ameaça que devemos temer pode ser vislumbrada em toda a parte, mas em lugar algum se pode vê-la. "Medo" é o nome que damos a nossa incerteza: nossa ignorância da ameça e do que deve ser feito - do que pode e do que não pode - para fazê-la parar ou enfrentá-la, se cessá-la estiver além do nosso alcance. Diante de situações de medo os seres humanos oscilam entre as alternativas de fuga ou agressão." Com um céu tão pisciano a tendência é fugirmos e não enfrentarmos o monstro. Uma reação que pode nos distanciar exatamente do que mais precisamos resolver e do que libertaria nosso caminho de tantos obstáculos que nos fazem perder tempo na vida. Encarar o monstro de perto, ainda que ele seja muito maior que nós, poderia ser assustador demais para alguns, afinal nem todos estão preparados. Mas evitá-lo pode ampliar seu tamanho de forma indiscriminada e fantasiosa. O medo tem uma função: frear nossos instintos em nome da auto preservação. Mas em vários momentos nos afasta da resolução de um problema que pode ser um alívio quando resolvido. Nos próximos dias estejamos alertas quanto aos nossos medos e de que forma podemos nos aproximar deles para entendê-los, sem sermos reféns deles.
Aline Maccari

Trailer do filme O Labirinto do Fauno. Belíssimo! Se puderem assistam!
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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Astrologia, margarina e felicidade



"A partir de hoje eu serei feliz todos os dias! Este é um pacto que faço comigo mesma, o da felicidade eterna. Porque nasci para brilhar, ser feliz, ser bem sucedida, ter uma família amorosa, ter muitos amigos, uma casa linda, um companheiro exemplar, muito dinheiro e um futuro que ficará marcado em algum livro de história. Este é o pacto da irresistibilidade de mim para com o universo. É simples, basta pedir. Eu peço hoje e serei atendida imediatamente."

Felicidade não é um produto que se compre na prateleira do supermercado. Muito menos um pacto com o Deus da Sorte. Júpiter, o Deus do Olimpo, do sucesso, da expansão e da fé, se encontra em diferentes lugares e momentos no mapa astral. Seu pacto de eterna felicidade para com os outros e a vida é humanamente inviável e astrologicamente impossível.

Todos temos dois mecanismos astrais que funcionam dentro da gente simultaneamente. Um deles se chama Júpiter, já conhecido de vocês e o outro se chama Saturno, que levava também o nome de Chronos, na Grécia Antiga, ele regia o tempo. O primeiro é o nosso senso interno de expansão, conquista, sucesso e fortuna. Deliciosamente vivido e desejado incessantemente por nós e o tempo todo. O outro é o nosso maior temor. E dele tentamos escapar o tempo todo, porque ninguém quer viver o senso da restrição, da disciplina, da lição, daquela dívida que temos que pagar com a vida e o universo. Mas o tempo existe e este Senhor doKarma, Saturno, faz parte da verdade cíclica da astrologia. O que não percebemos é que apenas com ele seríamos capazes de viver uma vida equilibrada. Porque quem sempre expande perde a noção da realidade. Júpiter e Saturno são como Ying e Yang. O caminho do meio!
Assim não existe pacto eterno de felicidade. O que existe é uma necessidade imediata de se repensar a felicidade como algo palpável, tangível, conquistável, real e interno, cada vez menos dependente de situações externas e da avaliação e aprovação dos outros. O estudo do mapa astral nos leva tão profundamente para perto da nossa verdadeira intimidade que a importância que damos aos outros e ao meio social fica infinitamente menor, do tamanho que deve ser.

Através desse novo senso de relatividade percebemos que o novo centro está aqui, dentro de nós, e não orbitando no centro de alguma pista de dança. Ciclos lunares também mostram que a felicidade é um verdadeiro desafio pelo menos durante três momentos no mês. Sendo a Lua anossa forma de entender o mundo segundo as emoções, essas mesmas estarão de cabeça para baixo em alguns momentos. Se sua Lua Natal se encontra no signo de Áries, por exemplo, o primeiro signo do zodíaco, todas as vezes que a Lua em trânsito entrar em aspecto tenso, ou seja, em quadratura (ângulo de 90º) e oposição, as Luas estarão em conflito. Quando a Lua de trânsito estiver na sua primeira quadratura com a Lua Natal, ou seja, transitando sobre o signo de Câncer, você se sentirá diferente, perceptivo. Quando a Lua de trânsito estiver em oposição, ou seja, em Libra, você se sentirá desafiado a agir em direção oposta a como costuma sentir a vida. E por fim, quando a Lua de trânsito estiver na última quadratura do mês, ou seja, em Capricórnio, você se sentirá encurralado outra vez. Assim, ainda que de forma sutil, alguma coisa nos incomodará pelo menos algumas vezes durante o mês. Se planetas pessoais (Sol, Lua, Mercúrio, Vênus e Marte) também formam aspectos tensos, por meio de quadraturas e oposições a Saturno e Plutão, por exemplo, também há motivo de reflexão. Não que algo de ruim possa acontecer, mas seu estado emocional mais sutil foi convidado a pensar na vida. É o chamado interior para a introspecção.

Um pacto com a felicidade tem a ver antes de tudo com o que acreditamos ser felicidade. E definir o que isso significa não tem absolutamente nada a ver com o que consumimos, por exemplo. A mídia vende umprojeto de vida infalível. Os céus avisam que isso é inatingível. Esse movimento entre o real e o imaginário, entre as ambições que pensamos ter e valores infundados, nos faz sentir em deeppression, em profunda pressão,depressivos. Quando a pressão toma conta não sabemos que caminho tomar. E nos sentimos como se estivéssemos dentro de um poço fundo, sem saída. O que a astrologia tenta explicar é que felicidade e infelicidade existem e fazem parte da vida. Que existem altos e baixos, que a Lua muda de lugar, que novos aspectos são formados no céu e na vida. E que longos períodos de alegria acabam e longos períodos de luto também, graças aos deuses! Porque outras pessoas também merecem oportunidades, merecem ser felizes. Porque ninguém ficará na sombra ou em contato com sua própria sombra o tempo todo. De alguma forma é uma questão de justiça e equilíbrio. A dinâmica da vida tem a ver com a dinâmica do céu. Entendê-la na vida real é dificílimo. Aceitá-la então, mais ainda. Mas só de saber que ela existe nos deixa em contato com uma vida mais verdadeira. Tristeza, depressão, amargura, aflição, agonia, apatia vêm, mas passam, fazem parte da vida. Assim como as luas e as nuvens. Dias de sol e dias de chuva.

Aline Maccari
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Joseph Campbell: O herói de mil faces: Cap.1: Mito e Sonho: O Minotauro

A lenda do Minotauro: "E ali onde pensávamos encontrar uma abominação encontraremos uma divindade"

“A grande massa de homens e mulheres dá preferência ao caminho menos eivado de aventuras das rotinas tribais e cívicas comparativamente inconscientes. Mas esses peregrinos também são salvos – em virtude dos auxílios simbólicos herdados da sociedade, os rituais de passagem, os sacramentos geradores de graça, dados à humanidade antiga pelos redentores e mantidos ao longo dos milênios. Apenas àqueles que não conhecem nem um chamado interno, nem uma doutrina externa, cabe verdadeiramente um destino desesperador; falo da maioria de nós, hoje, nesse labirinto fora e dentro do coração.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Lua em Virgem: o trabalho chama

O trabalho chama... mas sem lenga lenga!
A segunda-feira começa com Lua cheia em Virgem e a necessidade emocional, o compromisso consigo mesmo, de colocar a profissão em primeiro lugar. E não só ela, mas todo o trabalho, lucrativo ou não, exigirá de nós um pouco mais de disciplina, organização e vigilância para que alcancemos a maturidade que o ofício exige. Para quem fica em casa o dia pede organização no lar. Para quem não sai da preguiça pisciana a organização estará presente nem que seja nas ideias. Só não vale fingir que não viu a bagunça e deixá-la para depois.
Aline Maccari
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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Por que agimos como agimos?

Marte em Peixes: mergulhar em si antes de agir
Por que tomamos determinadas atitudes e não outras? Na astrologia o planeta da ação, do ímpeto de fazer algo é simbolizado por Marte, também conhecido como o deus da guerra. Assim, como vamos ao conflito, como matamos o "leão" nosso de cada dia é representado por esta "entidade" também conhecida por Ares na mitologia grega. Onde Marte se encontra no nosso mapa astral natal mostra a forma como defendemos nossos interesses, como desejamos, como nos manifestamos amorosamente no aspecto mais carnal, como discutimos ou mesmo brigamos. Independentemente da posição de nascimento do planeta Marte em nossos mapas ele se sente afetado pelo posicionamento do planeta Marte em trânsito, ou seja, do lugar que Marte em movimento no céu ocupa a cada dia. Atualmente o planeta está em Peixes. Traduzindo, todo o nosso ímpeto de realização e atitude está debaixo das águas piscianas, contaminado por qualidades emocionais. Toda vez que um planeta se encontra em Peixes ou em aspecto com Netuno, o planeta que rege Peixes, as qualidades de ação do "deus" se "colorem" com as características desse último signo de água. Por isso muitos de nós estejam sentindo ao redor um clima letargia, confusão ou indecisão e até medo ou passividade em agir. Porque Marte em Peixes é o "guerreiro" submerso nas águas da inconsciência. Quem nunca tentou brincar de correr dentro de uma piscina? Quanto mais esforço, mais energia gastamos e praticamente não saímos do lugar. Esse posicionamento pede de nós outras habilidades que não a força. Na água é preciso nadar, boiar ou mergulhar. Um imersão não na ação, mas na natureza da ação, na natureza dos nossos desejos. A pergunta que deve ser respondida agora é: para onde vamos e por quê? Uma pergunta aparentemente fácil se nossa racionalidade não estivesse tão contaminada pelas qualidades da subjetividade. Assim, com Marte em Peixes o tempo não é para grandes feitos, mas para percepções finas acerca de nossas ações. Nesses dias, mais intensamente na semana que se aproxima, Marte fará conjunção com Mercúrio, planeta do raciocínio. Momento propício à percepção ainda mais aprofundada sobre qual caminho estamos tomando e para onde vamos. Uma oportunidade importantíssima para corrigirmos intenções, projetos e quem sabe promovermos desvios de rotas em caminhos que até agora pareciam certos demais. E como a "cara" não vive sem a "coroa", aproveitemos também Marte e Mercúrio em Peixes não só para refletir, mas para mergulhar deliciosamente nas águas do amor, no romance, no cinema, na música e nas viagens que Peixes tanto gosta. Ficar "de molho" por uns tempos pode ser estratégico e revigorante. Antes que Marte volte ao signo de Áries em meados de março precisamos já ter refletido emocionalmente sobre nossos projetos para 2013.
Aline Maccari
Milton Nascimento uniu os amigos Caetano Veloso, Alcione, Nana Caymmi e Gilberto Gil para falar sobre música e cantar "A Sede de Peixe". Belíssimo! Universo pisciano de água clara e límpida que mata a sede e purifica. Daquelas águas boas em que precisamos nos banhar vez por outra.
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Os efeitos de Netuno no signo de Peixes


Texto publicado em 03 de fevereiro de 2012 com "validade" até 2026 quando Netuno segue para Áries
Acabei de ligar para minha amiga pisciana mais querida e felicitá-la pela grande estréia dos últimos 165 anos, a entrada de Netuno em PeixesHoje, às 17:00h o planeta conhecido na mitologia grega pelo nome de Poseidon ingressou no primeiro grau da constelação de sua morada originária e por lá ficará até 2026. Um acontecimento celeste que terá influência sobre todos nós, de forma coletiva e que se manifestará ainda mais intensamente em pessoas com planetas e aspectos importantes neste signo. Netuno é conhecido como o Rei dos Mares, metáfora da inconsciência, lugar onde moram todas as nossas vontades, desejos, impulsos, sonhos, loucuras, onde segundo a psicanálise habita uma porcentagem imensa da nossa psique.

A imagem de um iceberg com cerca de 70% de se tamanho imerso n'água é uma referência imagética perfeita para entendermos o quanto desconhecemos a mente humana e em consequência a nós mesmos. Enquanto grupo, este movimento se manifestará na propagação dos sonhos, do amor romântico, de devaneios, em forma de arte e cultura, principalmente o cinema e a música que devem ganhar um impulso revigorante a partir de agora. Mas todo o princípio planetário tem dois lados, de forma que no reflexo espelho estará a loucura, a fuga da realidade, da responsabilidade com o mundo, com as nossas vidas e a dos outros que dependem de nós, estão as religiões opressoras e dogmáticas que se perdem de sua intenção original libertadora, as drogas lícitas e ilícitas, o psiquismo sofredor e desorientado como um barco sem rumo. Muitos acreditam que a passagem de Netuno por Peixes oferece as possibilidades da espiritualização e da perdição.

Mas de forma mais mundana podemos entendê-la como a capacidade de nos sensibilizarmos com o comum, as coisas simples e essenciais à vida. Sua passagem inspira a compaixão. Ser super humano não significará ser capaz de atos heróicos, mas apenas de sentir e emocionar-se em tempos de individualismo e materialismo exacerbados. Num período cheio de desafios, como o que vamos atravessar este ano, a volta de Netuno para casa deverá confortar as almas se tomarmos consciência de sua força evolutiva. E se em determinados momentos se sentir como se estivesse imerso nas águas de um grande oceano, enxergando o mundo turvo, acalme-se e continue a nadar, com a certeza de que aquele que enxerga melhor que você pode guiá-lo, basta pedir ajuda.
Aline Maccari

Clique no link para assistir ao trailler do filme Ensaio sobre a Cegueira, da obra de José Saramago. Uma possível metáfora para o trânsito de Netuno por Peixes.

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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Feliz aniversário aos piscianos

Morar debaixo d'água requer habilidades que só os piscianos têm. Para estar com eles é preciso aprender a nadar.
Queridos leitores, apreciadores da astrologia e amigos. A Astróloga foi passar uns dias no litoral, conversar com Netuno, o deus dos mares, para enfim voltar preparada para falar sobre Peixes, o signo maior das águas. O Sol entra hoje neste signo. Assim voltemos a ativa, afinal o ano na "terra dourada" só começa depois do carnaval, no entanto se principia com a velocidade das ondas, com constância e lentidão. O mês que se segue vem carregado com as qualidades do último signo do zodíaco e assim vamos até 20 de março. Peixes é regido por Netuno e não há exercício melhor para entender o comportamento de um pisciano que passar algumas horas frente ao mar ouvindo todo o tipo de analogias e conselhos que o "deus das profundezas psíquicas" sussurra em nossos ouvidos por meio da "brisa da maresia".

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

É carnaval no Brasil

Sol e Vênus em Aquário e  Mercúrio e Marte em Peixes sugerem dias de muitas trocas entre amigos, viagens, diversão, novidades e muito romance no ar. A mesma configuração pode sugerir encantamento, devaneio, fantasia e irrealidade. Durante a "festa da carne" o melhor será exercitar o desapego e deixar o que aconteceu "no mar" para Netuno levar para o reino dos sonhos. Muitas bênçãos para quem fica! Grande festa e boa volta a todos! Nos encontramos novamente quando o Sol alcançar o signo Peixes
Um abraço da Astróloga!
Aline Maccari
Aquarela do Brasil: Ary Barroso e Zé Carioca, nosso melhor personagem.
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O que é o mapa astral?


A Astrologia é o estudo dos astros e suas influências sobre os seres humanos. Eles exercem seu poder sobre nós assim como sobre a natureza. No mundo atual, assoberbados por tanta velocidade e fugacidade nem percebemos se o dia que vivemos é belo e ensolarado. Quando o Sol, o astro-rei nasce estamos dormindo. Quando a Lua brota no céu estamos presos em engarrafamentos. Quando chove forte estamos confinados em algum lugar fechado. Não temos tempo para sentir o tempo. Mas há seis mil anos, quando os homens começaram a se guiar pelos astros, os planetas, as estrelas e a natureza, o céu e a terra eram na verdade tudo o que se tinha para observar e apreciar, porque deles tudo dependia.
Era o nascer do sol que pautava o começo do dia, do trabalho, da ação, da consciência. Era o pôr-do-sol que marcava a hora do descanso, de dormir, da inconsciência. Era com o suor do trabalho no campo, domesticando a natureza que o homem garantiria uma mesa farta, a despensa cheia, a vida regrada e a sobrevivência. As quatro estações marcavam o ritmo da natureza, dividindo o ano em doze meses, épocas apropriadas para o plantio ou para a colheita. Como as plantas e os animais somos também sazonais. Como as estações afetam as plantações, o nascimento e a morte, os planetas afetam as marés e a gravidade, e os doze meses também nos contaminam com suas qualidades.
Somos primaveris, invernais.
Alguns são mais expansivos, outros mais retraídos. Uns de casa, outros da rua. Uns trabalham demais outros de menos. Outros amam demais, outros muito mais. Temos qualidades que nos distinguem uns dos outros e que nos aproximam das pessoas que nasceram em datas próximas à nossa. Assim, o mapa natal é a ferramenta do astrólogo. É o desenho do céu no momento em que você nasceu. É um mapa do caminho que leva até você. E assim como os movimentos do Sol, da Lua e de todos os outros planetas afetam a Terra, estes movimentos também nos afetam. E se se faz na Terra como no céu, do céu se fará na Terra. Porque tudo o que acontece em nível macro atinge em nível micro. O que acontece no universo, afeta o cosmos, os movimentos planetares como os luminares (Sol e Lua) afetam a Terra. O que atinge as nações, atinge as cidades.
Carl Jung e Sigmund Freud
O que aflige às famílias, aflige a nós. O que acontece conosco reflete no nosso corpo, em nossas células, nossos átomos, nossa energia. E desta forma reflete em nossos humores, nossas personalidades, nossos planos, nossas atitudes. Carl G. Jung, o mais conhecido discípulo de Freud, pai da psicologia analítica, grande humanista, chamava a astrologia de a mãe antiga da psicologia, a mãe ancestral dos estudos da psique, da alma, do comportamento, da personalidade humana. Jung entendeu e estudou a psicologia de forma arquetípica. A palavra arquétipo significa tipo antigo.
O nascimento da Vênus - Sandro Botticelli
Os tipos antigos são as formas encontradas na mitologia. E nos tempos remotos, antes do controle e predição da ciência e do misticismo aprisionador da religião, o mundo se explicava através dos mitos. Os deuses gregos, por exemplo, eram esses tipos antigos. Marte era o deus da guerra, Vênus a deusa do amor. Eles eram como nós, cheios de defeitos, manias, desgostos e virtudes. Não significavam uma verdade completa e imutável, mas saciavam os questionamentos mais profundos dos homens como histórias que saciam crianças. Os mitos são por vezes repletos de antagonismos e absurdos. Mas explicam o mundo com as respostas mais primeiras, singulares, inconscientes e poderosas que puderam oferecer naqueles tempos, com a força da intuição. Assim, mitos são respostas intuitivas. E a partir deles se explicou os planetas e a vida, por meio de arquétipos que povoam o nosso inconsciente e que explicam nossas pulsões e desejos. Quando se analisa um mapa astral se está na verdade conversando com os todos esses deuses antigos e tentando escutar o que eles querem dizer. No mapa é possível ouvir quem fala mais alto, o que falam e como falam. Somos mais agressivos e impulsivos como Marte? Ou amáveis, belos e harmoniosos como Vênus? E em quais áreas das nossas vidas temos essas qualidades? Converse com os deuses e eles dirão quem você é.

Num processo delicado de analogias entre essas frases se tece uma trama, com toda a atenção, cuidado e respeito a que deuses e humanos merecem. E eis a história de uma vida contada num mapa. Tecnologias antigas como a do mapa astral foram dissociadas no tempo do seu sentido sagrado e o astrólogo de seu trabalho sacerdotal. De certa forma não acho que todos devam mesmo saber sobre o assunto. É preciso querer. Reis e rainhas tinham seus sábios astrólogos de plantão e hoje, a quem quiser, parte da informação está à disposição. Numa época de revoluções no acesso a informação, época de reflexão e mudanças em níveis mundiais, ambientais e íntimos a astrologia oferece respostas como um verdadeiro mapa da mina. Um mapa de saídas e chegadas, curvas sinuosas, despenhadeiros e lindas paisagens. Um caminho que nos leva até a mina de preciosidades que existe dentro de cada um de nós.

Aline Maccari
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Os Deuses olímpicos e o Deus cristão


Algumas pessoas me perguntam se astrologia é religião. Não é! É uma forma antiga de entender o mundo segundo a mitologia dos deuses da Grécia antiga. Naquela época Mercúrio, Saturno, Netuno ou Júpiter eram entendidos, vividos e reverenciados de acordo com suas simbologias nos rituais diários da população. Quando se desejava um relacionamento amoroso Vênus era agraciada com oferendas. Quando se pretendia vencer a guerra Marte era chamado. Quando se despediam do mundo era Plutão quem os levava para o outro lado. Com a evolução histórica do pensamento filosófico-religioso, esses deuses deram lugar a apenas Um que resumiria a força, o poder e a sabedoria de todos eles reunidos e além deles. O mapa astral, diagrama de todas as entidades antigas que nos habitam, é visto como um oráculo que pode prever o futuro em suas revoluções cíclicas, trazendo entendimento, ordem e lógica ao caos da vida. Portanto o estudo do mapa não pode ser entendido de forma fragmentada, dividido em casas, signos, planetas e aspectos. Não somos o somatório de uma Vênus Aquário ou um Marte em Leão. Somos o círculo como um todo, o espelho da mais perfeita forma concebida, com a cruz ao centro, à imagem e semelhança dos céus e de Deus.

Quando se entende o mapa em sua integridade vê-se o próprio Deus interior refletido ao centro. E a busca pelo caminho passa por entender o mapa e vivê-lo, se aprimorando a cada dia, não para ser o que não encontramos nele ou para irmos em busca de suas eternas faltas. Mas para ser a sua melhor versão, da forma como é. Se existem posições desafiadoras ou não apresentadas no mapa astral é assim que ele é. E desta forma deve ser entendido e vivido. Sem fugas ou distrações, mas com amor, foco e concentração. Como uma meditação nos lembrando de quem somos diariamente. Assim Deus está na astrologia. Apesar de não ser religião.
Aline Maccari

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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Saturno tem cura

Saturno também é Chronos o Senhor do Tempo ou o Senhor do Carma.
Mal compreendido ele pode nos tornar melancólicos ou depressivos.
A melhor forma de lidar com ele é fazendo as pazes.
Onde estará o planeta Saturno no seu mapa natal? Nesta casa e signo, somado a todos os aspectos (ângulos importantes: conjunções, oposições, quadraturas), Saturno, Senhor do aprendizado, nos ensina e nos marca, ora com honra ao mérito, ora com palmatória, o que é mais usual. Onde Saturno mora pode haver um buraco profundo e escondido; uma deficiência, uma ferida difícil de curar. E como a  nossa busca é pela completude podemos passar anos em busca da parte que nos falta, rivalizando com esse Saturno, "que nos aleijou". Um Saturno mal aspectado com a Lua (a emoção) pode gerar conflitos sérios com a mãe, com a Vênus (o amor), pode dificultar e muito a vida a dois, em  grande parte por causa de um complexo de inferioridade dele ou dela. Quando Saturno se opõe a Mercúrio (a mente) pode trazer dificuldades de aprendizado, compreensão e expressão da realidade.  Quando na casa 2, casa dos valores, pode trazer problemas financeiros. Quando na casa 5, a da auto expressão, pode censurar nossa criatividade. Na casa 1, a que explica o corpo, pode trazer dor física. Dificuldades que todos nós temos, mas em áreas diferentes da vida.  Assim, onde mora seu Saturno? Procuremos a casa e signo e falemos dele, com ele, para curá-lo, para usar o melhor que ele tem a nos oferecer. Porque Saturno é um pai severo, um professor difícil, repetitivo, vagaroso, cruel, mas assim que compreendemos sua lição podemos contar com sua  fortaleza, seriedade, compromisso e segurança para a vida toda.
Aline Maccari
Adágio de Tomaso Albinoni

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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Histórias netunianas: Bruno filho de Bacco

Bruno é meu amigo há muitos anos. É uma pessoa séria, inteligente, dedicada e tem um emprego burocrático. De dia ele é uma pessoa normal como qualquer outra. Mas todas as vezes que saímos para nos divertir e dançar, com o grupo de amigos, o comportamento antagônico dele saltava não só aos meus olhos. A noite de Bruno começava timidamente e logo na primeira hora ele apresentava sinais discretos que só alguém muito atento ao estudo do comportamento poderia perceber. Depois de duas horas já não seria mérito somente meu, mas todos poderiam notar sua radical transformação. Eu já observava isso há algum tempo e tentava perceber onde morava o sutil ponto de mutação. E descobri que esse despertar se dava no primeiro gole de vinho. Quando fiz o estudo de seu mapa astral tudo se encaixou como uma luva. Bruno tem o planeta Netuno em conjunção com seu Ascendente, ou seja, a primeira casa do mapa, responsável pelo desenvolvimento dos traços de personalidade mais visíveis física e socialmenteA mitologia de Netuno já é um tanto conhecida de quem passeia pelas páginas de A Astróloga

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Vênus em Aquário

Mulheres e homens com Vênus em Aquário: A cabeça e o corpo habitam o "mundo da Lua".
A semana começa com a estreia da Vênus, deusa do amor, da beleza e das artes no signo de Aquário, o último do elemento Ar. Antes, no signo de Capricórnio (último de terra), a "moça" andava séria, trabalhadeira e sisuda, preocupada demais com os afazeres da vida, com o social, a propriedade, seus patrimônios e principalmente a busca da solidez na vida a dois. Num novo estágio, Afrodite, a deusa apaixonada que mora em nós se desprende de tanto compromisso e vive o amor por meio da troca de ideias, em conversas amigas e intermináveis com o companheiro, dividindo impressões sobre a vida. Em Aquário, nossa vontade de expressar o amor ganha uma nova textura, a de uma brisa leve passando pelos cabelos.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Os desafios do amor duradouro

As dificuldades a dois quando superadas podem fortalecer a relação.
O amor pede tenacidade e dedicação para ser duradouro.
A Lua, rainha dos humores, brinca com nossos estados de espírito. Pelo menos quatro vezes por mês ela se posiciona de tal forma que nos sensibilizamos com ela, ela conosco, sentimos nos reciprocamente atraídos, repelidos, mas sempre contaminados com as qualidades de sua posição, também por signos, casas ou aspectos. A Lua de hoje está em Libra, signo regido pelo planeta Vênus, da beleza, das artes e do amor. Mas forma quadratura com Plutão, o deus da morte e da transmutação e oposição a Urano, das revoluções, o libertário. Assim, falar de amor hoje pode ser um tanto difícil. Porque as paixões estarão mais propensas a reivindicar espaço, ar para não morrerem de asfixia e excitação extra que pode vir de outras bandas para  "apimentar" a relação. E todas as vezes que Lua se posiciona "desfavoravelmente" muitos se questionam se esse casal vai ou não vingar, porque os estímulos externos para que tudo termine são inúmeros. Viver o amor em tempos de Urano em Áries e Saturno em Escorpião é um desafio. Ambição ainda maior e mais difícil com Plutão em Capricórnio desafiando casamentos e longas "instituições" construídas em nome da vida a dois. E falar de fim e recomeço no amor tornou-se algo habitual. Encontrar situações que invadam e atrapalham o relacionamento alheio é algo tão comum quanto a vontade de renovar o amor, mas na maioria das vezes com outro parceiro. "Já chega! Se ficou difícil é porque não é para ser com ele (a)". "Renovar" não seria um eufemismo que substitua o desejo de acabar com a relação. Renovar seria a vontade de ver outro relacionamento nascer no lugar do que existe agora. Mas como paciência é uma qualidade que só existia nos tempos dos nossos avós, por lá é que ficaram os relacionamentos duradouros. Fábio está sempre começando e terminando namoros. Está na busca do amor verdadeiro e ambiciona ser tão feliz quanto seus avós. Dona Fátima é aquariana, Seu Ângelo é libriano, como o Sol e a Lua desta sexta-feira. Ela é a razão, ele a sensibilidade. Uma retrospectiva breve sobre esse contrato de amor mostra a superação de conflitos, doenças, dificuldades financeiras, mas nunca carência de amor. Os casais de antigamente, assim como os avós de Fábio conheciam a palavra tenacidade. Talvez porque a dissolução da instituição (Capricórnio) naqueles tempos fosse algo mais difícil, mas também porque as pedras no caminho de um casal que viveu até em tempos de guerra não parecessem tão grandes quanto as de agora, em tempos de paz. Uma Lua mal aspectada, seja numa sexta-feira ou no mapa de um casal pode representar o fim ou um recomeço. Tudo depende da forma como são estimulados, às vezes pelo meio em que vivem, mas principalmente por eles mesmos. Os astros no céu pedem atenção ao amor. Viver a solidez e a beleza do relação nesses tempos é um desafio daqueles. Mas se ambos conseguirem superar as adversidades e seus desejos individuais em nome de um caminho a dois, as possibilidades de sucesso podem ser grandes. Fátima e Ângelo são um exemplo ainda mais inspirador porque a base dessa relação é a amizade acima de tudo. Os signos de ar, aquário e libra, nos ensinam sobre isso. Eles são alguns dos melhores amigos do zodíaco. Em dia de Sol em Aquário e Lua em Libra é tempo de perceber o quanto construímos nossos laços por meio da amizade e do companheirismo. Sorte de Fábio que aprendeu em casa um dos segredos da felicidade.
Aline Maccari

Tony Bennett e Amy Winehouse cantam Body and Soul.
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