segunda-feira, 30 de março de 2020

Uma mensagem de Buda para o momento atual


Diário da Astróloga: 30.03.20 | Certa vez, num tempo distante, num lugar longínquo, nasceu um príncipe. Os astrólogos do reino sabiam, de acordo com as estrelas, que ele poderia ter dois destinos, a depender de seu livre arbítrio: seria um grande conquistador, ampliando os limites de seu reino ou um iluminado, ampliando os limites da sua compreensão acerca de si e do mundo.
Durante seus primeiros 29 anos, ele viveu todo o luxo, o conforto e a segurança que pudessem existir, até que o Retorno de Saturno o convidou à maioridade espiritual e um momento de grande reflexão. E um dia, num ato transgressor, Sidarta Gautama, o Buda, fugiu do palácio em busca da verdade. Quando chegou à primeira cidade viu um homem velho. Mas o jovem príncipe nunca havia antes se deparado com a velhice. Foi quando seu fiel amigo Ananda lhe disse que o tempo passa e este é o destino de todos os seres. Um pouco mais a frente Buda se deparou com um homem doente, sofrendo, cheio de dor, gemendo. Foi quando Ananda lhe disse que a doença acomete a todos, mais cedo ou mais tarde. E então, em seguida, Buda viu um homem morto deitado ao chão. Atordoado, Buda perguntou a Ananda o que havia acontecido. Foi quando o amigo lhe disse que o último e imutável destino que todos nós enfrentaríamos seria a morte. Desde momento em diante Buda compreendeu que a natureza da vida é o sofrimento, que todos os seres um dia irão sofrer e que portanto seria preciso descobrir uma maneira de solucionar o sofrimento. Pois evitando a dor, poderíamos encontrar o sentido da vida e a felicidade.
Atormentado pela descoberta das três formas mais comuns de sofrimento, Buda decidiu abandonar de vez sua vida mundana e seguir no caminho da busca espiritual. Sem mestres a quem perguntar, Buda seguiu por toda a Índia até encontrar as lições dos Vedas, dos yogues e dos ascetas. Como todos eles aprendeu um pouco. Durante anos de sua vida praticou o desapego da carne imaginando que todo o sofrimento advinha do corpo humano. Pois se as três desgraças, a velhice, a doença e a morte acometiam o corpo, era o corpo que deveria passar por provações até se livrar delas. Comendo apenas um punhado de arroz por dia e tomando água da chuva, Buda se viu esquálido, exausto e não menos aliviado. A vida religiosa havia lhe ensinado muitas lições, saciado algumas aflições, mas não havia trazido o sentido da vida que ele ainda buscava. Neste momento importante da história, entre os muitos anos de conforto no palácio e os muitos anos de desconforto na floresta, ele descobriu que a maneira adequada de ser, estar, agir, sentir e pensar deveria como o caminho do meio, sem extremos. 
Deste momento em diante Buda agradeceu aos mestres que lhe ensinaram e decidiu seguir o seu caminho sozinho. Solitário, debaixo de uma árvore, sentou-se a perceber a si, seus pensamentos, seus sentimentos, seu passado, seu presente, seu futuro e a própria vida ao redor. Os dias passavam e com eles a beleza do Sol e da Lua, dos plantas, dos animais que se reuniam ao seu redor. E foi por meio de uma profunda contemplação que ele descobriu que a natureza da vida é a IMPERMANÊNCIA. A vida era feita do nascimento à morte. E era justamente a finitude da vida que tornava os nossos momentos tão especiais. Que não faria sentido algum se a vida fosse eterna, como a dos deuses. Que nossa vida era ainda mais bela porque um dia tudo acaba. Por isso um pôr do sol era tão especial, porque era único. Por isso uma flor era tão bela, pois não havia outra igual. Por isso uma dança na varanda era tão cara, pois era a última. E por fim, se vivêssemos com a sabedoria de quem irá um dia partir, saberíamos viver cada instante como se fosse a própria essência da vida. Deste momento em diante, Sidarta, o buscador, torna-se Buda, "o iluminado", o que finalmente descobriu o sentido da vida.
Buda tem muito o que nos ensinar sempre, mas talvez especialmente em tempos de pandemia mundial. Segundo ele, a natureza da vida é sofrimento. E a maioria de nós está aflita para que tudo isso acabe da noite para o dia. Mas este é o momento da história em que nós e Buda descobrimos que a vida é feita de velhice, doença e morte. E portanto será preciso ir dos extremos do conforto aos extremos dos desafios, para só então ao fim disso tudo, compreendermos a sabedoria do caminho do meio e o valor das coisas que não tem preço. Não é possível ser jovem, bem sucedido e imortal como pensávamos até agora. Filmes, propagandas, redes sociais, baladas, bebidas, cartões de crédito e pseudo salvadores funcionaram até agora como Mara funcionou para Buda: o demônio que nos distrai do sentido último da vida. Iluminar-se é alcançar a clarividência de que a vida dói e acaba. Por isso cada dia é tão importante!
De volta a 2020... os dias que se seguem reservam momentos ainda mais desafiadores no céu e na Terra. No alto, Júpiter, planeta que tudo multiplica estará conjunto a Plutão, o deus da morte de 27.03 a 15.04, potencializando o número de pessoas que ficarão doentes e morrerão. Marte conjunto a Saturno em Aquário de 30.03 a 03.04 acelera as descobertas científicas para compreendermos a natureza do sofrimento, exige seriedade, compromisso e disciplina com nas nossas ações e estimula o coletivo a encontrar saídas, inclusive por meio da tecnologia, para os problemas sociais e políticos que estamos enfrentando no mundo. E então muito mais a frente, quando compreendermos que estamos todos vivendo o trecho mais duro da história que Buda viveu, é que talvez consigamos compreender o valor da vida, que a natureza da vida é a IMPERMANÊNCIA e que cada momento é sempre único. Por hora ninguém irá se iluminar, mas estamos no caminho! Om mani padme hum!
Aline Maccari
*Este texto foi publicado primeiramente no site: www.aastrologa.com.br



Os grandes mestres nos ensinaram por meio de seus exemplos de vida. Há um trecho da narrativa da história de Buda que casa muito bem com o momento em que estamos vivendo, de pandemia do coronavírus e recessão mundial. Quem sabe compreendendo o mesmo trecho da história que Buda viveu, consigamos ter mais clareza sobre o momento presente!?
Aline Maccari

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CRÉDITOS: A Astróloga
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*Assim na Terra como no Céu! A astrologia faz todo o sentido por que microcosmos e macrocosmos tem uma relação íntima entre si. O que acontece entre os astros, repercute simbolicamente em nossas vidas, todos os dias. Essa "psicologia antiga" funciona como uma verdadeira bússola nos orientando na nossa jornada. Para entender melhor a si mesmo entre em contato com A Astróloga pelo e-mail aastrologa@gmail.com  

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