quinta-feira, 11 de junho de 2020

"O Frustrado"


Diário da Astróloga: 11.06.20 | Quem nunca se frustrou na vida que atire a primeira pedra. Mas da mesma forma que "o apaixonado" se identifica com a paixão, "o frustrado" se identifica com a frustração. Há quem atravesse experiências e há quem se torne suas experiências.
E talvez seja justamente a questão da identificação do ego que venha a ser um problema, principalmente quando nos identificamos com os sentimentos negativos. Algumas perspectivas filosóficas como o budismo nos ensinam que das coisas mais delicadas é nos identificarmos totalmente com as nossas experiências, sejam elas boas ou más. Porque no fundo, os momentos, bons ou maus, são como nuvens que vêm e vão, diria o mestre Sogyal Rinpoche. A nossa verdadeira essência é um céu azul que deve estar lá, íntegro e impassivo, faça chuva ou faça sol.

Entretanto, todos nos frustraremos um dia. E alguns desafios de fato serão maiores para uns que para outros. Dentro de uma perspectiva coletiva, a frustração pode ser torna uma experiência sombria ainda mais dolorosas quando nos damos conta que vivemos em uma sociedade que estimula o individualismo, o consumo, a competitividade, o oportunismo, a vantagem e a celebrização. E como partilhar o insucesso dentro deste cenário parece impossível, a frustração vai parar nos nossos porões pessoais, juntamente com o anonimato, o silêncio e a solidão. No entanto, no sentimento de frustração mora uma força invertida. Dentro do insucesso habita uma vontade de um sucesso não consumado. Uma força potente que pode em algum momento voltar-se contra o sujeito e a sociedade. É por isso que a frustração é da conta de todos nós. Tanto as nossas pessoais, quanto as das pessoas que amamos e mesmo nossas frustrações coletivas. Inclusive porque é justamente nos momentos mais decisivos que a fragilidade, advinda desta experiência, poderá ser capitaneada pelas drogas, religiões de baixa vibração, aproveitadores, falsos gurus, oportunistas e  fascistas de plantão.

A FRUSTRAÇÃO BRASILEIRA
No Brasil a frustração tem vários nomes, cores, gêneros, raças, partidos, endereços e épocas. Mas se encontrava adormecida na caverna como um dragão. A questão é que este sentimento foi capitaneado por um "capitão". E o destino já avisava que aquele que fosse capaz de tirar das sombras as nossas potentes frustrações, nos teria nas mãos. Esse fenômeno não foi diferente do que aconteceu na Itália de Mussolini ou na Alemanha de Hitler, num processo de canalização das forças sombrias dos fracassos pessoais e coletivos para o ódio, o autoritarismo, a supremacia e o nacionalismo.  E o país do "homem cordial", do futebol e do carnaval, agora posa com arma na mão, vocaliza seu ódio, ataca minorias e elege bodes expiatórios. Diante deste cenário de responsabilidades coletivas e pessoais, cada um tem de arcar com a sua cota de consequências. E sem dúvida a parcela do mandatário, ciente de sua responsabilidade advinda de sua liderança, não pode ser ignorada. Pelo contrário, deve ser nomeada. O que quer que venha a atentar contra a vida ou a integridade do outro deve ser de sua responsabilidade. Fato é que quando alguém se identifica com o pior que há, como a mentira, a morte, o conflito e a fome, futuro bom não há. Para nossa sorte ou azar, "os frustrados" estão sendo "frustrados" novamente. E quem sabe uma "refrustarção" possa resgatá-los desta possessão arquetípica sombria. Ou não! 

O RESGATE
Conscientes, semi conscientes e inconscientes de suas frustrações devem ser resgatados das suas trevas sombrias antes que seja tarde. Para Carl Jung uma possessão psicológica arquetípica com este grau de identificação com o mal faz parte dos nossos processos cíclicos e evolutivos, mas nem por isso tem menos consequências nefastas. Quando Cristo oferece a outra face, o ato pode ser lido como a oferta de suas frustrações em troca das frustrações de seus opositores, numa atitude de reconhecimento de que todos temos frustrações dentro de nós. Só o reconhecimento das nossas fraquezas e das dos outros, com humanidade, humildade, compaixão e empatia poderá trazer alguma luz para estes tempos tão sombrios. Portanto, pelo menos de minha parte, gostaria de dizer que eu reconheço as minhas frustrações, assim como eu reconheço as tuas. E que a partir disso sigamos nossas relações com mais verdade e honestidade, compreendendo a vida na sua inteireza. Num dia com tantos planetas em Peixes (Lua, Marte, Netuno... em aspecto desafiador), por acaso o Dia do Corpo de Cristo, é o amor que nos transforma e cura "os pecadores".
Aline Maccari Jornalista, Astróloga e Analista Junguiana
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