terça-feira, 12 de novembro de 2013

Trígono, tragédia e transformação

Grande trígono das águas: fim de ciclo nas Filipinas, Coreia do Norte...
Acordei confusa. Uma tristeza sem razão me tomou. O espelho me estranhava e eu a ele. Bem ou mal, como qualquer pessoa suscetível a humores em dia de Lua em Peixes, habitualmente apanhei o café, o computador e as efemérides para começar a semana. Até a noite de domingo eu sabia pouco. Já tinha passado os olhos no episódio do tufão filipino, mas só na segunda feira tive a dimensão do estrago. São 10 mil pessoas indo embora num tempo só. O tufão Haiyan foi o mais mortífero das Filipinas, alcançou 378 km/h e foi três vezes mais intenso que o furacão Katrina. Uma demonstração de extrema potência do trígono envolvendo Sol, Mercúrio (o mensageiro) e Saturno (o karma) em Escorpião (signo de morte); Netuno (o deus dos mares, a espiritualidade), Quíron (a ferida que não cicatriza) e Lua (a emoção) em Peixes (signo de desencarne) com Júpiter (deus que rege os céus carregando os raios da ira) em Câncer (signo de emoção e vida). Pela internet o vídeo de uma moça me chamou a atenção.

Ela tem menos de 20 anos, está gravida e o desastre a tomou 11 familiares, entre eles a filha de 2 anos. O rosto dela para a câmera, pálido e alienado lembrava o meu.
O que acontece na Coreia do Norte ou nas Filipinas acontece também dentro de nós. Ou pelo menos deveria ser assim

Dentro da mesma composição simbólica outras mensagens nos chegam hoje. Na Coreia do Norte, 80 pessoas foram executadas (Saturno em Escorpião) por lerem a bíblia e assistirem filmes de conteúdo religioso (Netuno em Peixes). O massacre aconteceu diante de milhares de pessoas, inclusive crianças (Júpiter em Câncer). Em sete cidades diferentes os cidadãos foram obrigados a assistir às cenas de terror. Se as execuções se confirmarem este terá sido o ato mais brutal do regime de Kim Jong Un desde 2011, quando chegou ao poder após a morte de seu pai o ditador Kim Jong Il.
Júpiter, Saturno e Netuno não pouparam as Filipinas

Quando algo acontece do outro lado do mundo parece de uma distância geográfica tão absurda que nossas almas têm dificuldade em encontrar o sofrimento do outro. O homem primitivo, antigo, tinha seu ego identificado com o coletivo.  Eventos dessa magnitude arrebanhavam a todos que tomassem notícia do fato. Em tempos pós modernos a relação com o que acontece aos outros, especialmente tão longe dos nossos olhos é outra. Hoje o indivíduo é centro da narrativa. E tudo o mais que gira entorno do seu drama pessoal é obviamente mais comovente que qualquer outro drama, afinal é seu. Para sentir o próprio coração bater o sujeito teve que deixar de ouvir o dos outros. Dentro desse contexto quem acredita que as configurações planetárias, os avisos dos deuses, se destinam aos humanos está enganado. Novamente nem tudo gira ao redor das nossas identidades. Os deuses se comunicam de fato é com a vida. Quando chegamos a condições extremas, como nos últimos dias, podemos e devemos aproveitar de suas lições. Como não emudecer com milhares de mortos e milhões de desesperados em choro? O grande trígono pode sim ser maléfico quando em Escorpião, especialmente com Saturno,  sobre o signo. Mas pode e deve ser lição quando em Peixes, último signo de água, de morte e transformação espiritual. Se num momento como este não nos contaminarmos pela fragilidade da vida, a humildade e o senso de transitoriedade diante dos fatos, nada mais nos tocará. Aí sim estaremos fadados à extinção. Quem poderia imaginar um grande trígono das águas tão devastador?
AM
Uma lição de humildade e transitoriedade. A vida é frágil






Filme mostra cenas do dia a dia dos norte coreanos.

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