quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Tristeza não tem fim. Felicidade também não!

Tristeza e felicidade vêm em ciclos. Sorte, sucesso, amargura e espera também.
Em dias difíceis, cheios de quadraturas, oposições, tensões e desafios o desejo de ser feliz passa por todas as esferas da vida. E a forma de adquirir este estado d'alma também. Bom seria se Felicidade fosse um produto à venda na prateleira do supermercado. Num primeiro momento ela se pareceria com uma propaganda de margarina, de cigarro ou bebida, talvez tivesse a nostálgica estética de um comercial dos anos 60, talvez a encontrássemos na TV, na novela das 6h, na sessão da tarde. Mas não! Felicidade é tão pouco um pacto com o Deus da Sorte. 

Júpiter, o Deus do Olimpo, do sucesso, da expansão e da fé, se encontra em diferentes lugares e momentos no mapa astral. Um pacto de felicidade sem prazo de validade seria humanamente inviável e astrologicamente impossível.
Júpiter na mitologia grega é Zeus, o deus do Olimpo
Todos temos dois mecanismos astrais que funcionam dentro de nós, simultaneamente. Um deles se chama Júpiter e o outro se chama Saturno, que levava também o nome de Chronos. Na Grécia Antiga, ele regia o tempo. O primeiro é o nosso senso interno de expansão, conquista, sucesso e fortuna. Deliciosamente vivido e desejado incessantemente por nós e o tempo todo. O outro é o nosso maior temor. E dele tentamos escapar o tempo todo, porque ninguém quer viver o senso da restrição, da disciplina, da lição, daquela dívida que temos que pagar com a vida e o universo. Mas o tempo existe e este Senhor do Karma, Saturno, faz parte da verdade cíclica da astrologia. O que não percebemos é que apenas com ele seríamos capazes de viver uma vida equilibrada. Porque quem sempre expande perde a noção da realidade. Júpiter e Saturno são como Ying e Yang. O caminho do meio! Assim não existe pacto eterno de felicidade. O que existe é uma necessidade imediata de se repensar a felicidade como algo palpável, tangível, conquistável, real e interno, cada vez menos dependente de situações externas e da avaliação e aprovação dos outros. O estudo do mapa astral nos leva tão profundamente para perto da nossa verdadeira intimidade que a importância que damos aos outros e ao meio social se torna infinitamente menor, do tamanho que deve ser.
Saturno é Chronos, o senhor do tempo e karma
Através desse novo senso de relatividade percebemos que o novo centro está aqui, dentro de nós, e não orbitando no centro de alguma pista de dança. Ciclos lunares também mostram que a felicidade é um verdadeiro desafio pelo menos durante três momentos no mês. Sendo a Lua a nossa forma de entender o mundo segundo as emoções, essas mesmas estarão de cabeça para baixo em alguns momentos. Se sua Lua Natal se encontra no signo de Áries, por exemplo, o primeiro signo do zodíaco, todas as vezes que a Lua em trânsito entrar em aspecto tenso, ou seja, em quadratura (ângulo de 90º) e oposição, "as Luas" estarão em conflito. Quando a Lua de trânsito estiver na sua primeira quadratura com a Lua Natal, ou seja, transitando sobre o signo de Câncer, você se sentirá diferente, perceptivo. Quando a Lua de trânsito estiver em oposição, ou seja, em Libra, você se sentirá desafiado a agir em direção oposta a como costuma sentir a vida. E por fim, quando a Lua de trânsito estiver na última quadratura do mês, ou seja, em Capricórnio, você se sentirá encurralado outra vez. Assim, ainda que de forma sutil, alguma coisa nos incomodará pelo menos algumas vezes durante o mês. Se planetas pessoais (Sol, Lua, Mercúrio, Vênus e Marte) também formam aspectos tensos, por meio de quadraturas e oposições a Saturno e Plutão, por exemplo, também há motivo de reflexão. Não que algo de ruim possa acontecer, mas seu estado emocional mais sutil foi convidado a pensar na vida. É o chamado interior para a introspecção. Um pacto com a felicidade tem a ver antes de tudo com o que acreditamos ser felicidade. E definir o que isso significa não tem absolutamente nada a ver com o que consumimos, por exemplo. O sistema vende um projeto de vida infalível. Os céus avisam que isso é inatingível. Esse movimento entre o real e o imaginário, entre as ambições que pensamos ter e valores infundados, nos faz sentir em deep pression, em profunda pressãodepressivos.
Quando a pressão toma conta não sabemos que caminho tomar. E nos sentimos como se estivéssemos dentro de um poço fundo, sem saída. O que a astrologia tenta explicar é que felicidade e infelicidade existem e fazem parte da vida. Que existem altos e baixos, que a Lua muda de lugar, que novos aspectos são formados no céu e na vida. E que longos períodos de alegria acabam e longos períodos de luto também, graças aos deuses! Porque outras pessoas também merecem oportunidades, merecem ser felizes. Porque ninguém ficará na sombra ou em contato com sua própria sombra o tempo todo. De alguma forma é uma questão de justiça e equilíbrio. A dinâmica da vida tem a ver com a dinâmica do céu. Entendê-la na vida real é dificílimo. Aceitá-la então, mais ainda. Mas só de saber que ela existe nos deixa em contato com uma vida mais verdadeira. Tristeza, depressão, amargura, aflição, agonia, apatia vêm, mas passam, fazem parte da vida. Assim como as luas e as nuvens. Dias de sol e dias de chuva.
Aline Maccari


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