quarta-feira, 12 de setembro de 2018

O guru, o discípulo e a sombra

Jornalista que se preze não checa informações no Wikipédia. Como o site é fruto de uma ação colaborativa e sem fontes seguras, por lá é possível encontrar um monte de aberrações. Por isso mesmo algumas construções textuais são engraçadas. Quando se escreve no Google "Sri Prem Baba", por exemplo, a página informa que seu nome é Janderson Fernandes, que é de classe média/baixa de São Paulo, estudou psicologia na Vila Mariana, que foi batizado na Igreja Católica e é um líder espiritual brasileiro.
E eu jurava que ele era indiano! Quando se escreve Sri Prem Baba no Google também vem uma reportagem da Folha de São Paulo, no dia de hoje, afirmando que há um áudio em que o guru aparece abusando de sua posição de líder espiritual, frente a uma seguidora. Fato que pode ter acontecido com mais de uma pessoa. Curiosa notícia para dias de Netuno, deus da espiritualidade, em oposição a Sol e Mercúrio em Virgem. O fato ainda merece investigação. A comunidade do guru anda desconfiada e alguns discípulos tremendamente frustrados. Mas, essa não é a primeira nem a última vez em que algo dessa natureza pode ocorrer. 
Quando Carl Jung afirma que o contrário do amor é o poder, a frase faz todo o sentido e precisa ser compreendida em profundidade. O oposto do amor não é o ódio, mas o desejo de controle, sucesso, dinheiro, popularidade, brilho, vantagens, privilégios e influência sobre as pessoas. Jung afirma, em vários livros em que traça comparativos entre a espiritualidade, que no oriente o "Deus" mora no sujeito, ele é parte com o Uno, ambos são uma coisa só. E que no ocidente o "Deus" mora fora de nós, que ele tem uma "sombra" fora de si, que se chama "Diabo" e que precisamos, em nome da salvação, sermos abençoados por ele. Jung afirma que essa forma de entender a espiritualidade seria a essência das nossas diferenças culturais. Pois bem, há inúmeros relatos sobre gurus "importados" em países ocidentais. Nos Estados Unidos há vários casos de mestres que se perderam do seu caminho espiritual. O que para muitos de nós é simplesmente o fim da picada. Afinal de contas, eles teriam se preparado para isso. Só que às vezes não! No oriente o sujeito é responsável pelo seu trabalho espiritual, o mestre apenas o guia. E quando essa forma "estrangeira" de entender a espiritualidade chega ao ocidente, nós nos relacionamos com ela como sabemos fazer, ou seja, entregando nossas vidas em suas mãos, terceirizando nossa autonomia e responsabilidade, negando sua sombra, nossas sombras e acreditando piamente que estamos diante da divindade. Essa é uma perspectiva extremamente infantil que produz uma contrapartida terrível na relação mestre-discípulo. O assunto foi tema da minha dissertação na formação como analista junguiana, tamanho o interesse que me provocava. Porque foram inúmeras as vezes que eu mesma fui em busca de um mestre, mas me decepcionei profundamente. E só depois de entender alguns porquês é que as coisas fizeram mais sentido. Da parte do mestre "oriental" quando os discípulos entregam suas vidas na mão dele, há uma tentação incontrolável para o poder, na verdade esse é o grande desafio para o mestre, pois ele se torna o centro de toda a atenção, devoção, importância e dedicação. Ele pode não estar preparado para entender que será visto como um "Deus" na Terra e pode cair na tentação e na falha humana de se achar UM.
As investigações sobre Sri Prem Baba ainda estão em curso e devem continuar. E isso é tudo o que sei. Meu intuito não é apontar religiosos farsantes, até porque não o conheço, mas apenas refletir sobre o tema. Em nenhuma hipótese devemos entregar nossas vidas nas mãos de alguém, seja um guru, uma astróloga, um pastor, uma cartomante ou um pai de santo. Essa é uma perspectiva ingênua, onde acreditamos que alguém vai nos livrar da nossa mais profunda angústia. E a única pessoa que vai de fato realizar isso é você mesmo! Se ouvir que alguém pode mudar ou resolver a sua vida por você, desconfie! Na melhor das hipóteses, todo o conhecimento disponível sobre a espiritualidade está aí para nos mostrar como foi o caminho que cada um traçou. Discernimento é a chave!
Aline Maccari
*Se alguns de vocês tiverem interesse pelos meus estudos sobre a sombra na espiritualidade terei prazer em dividir minhas pesquisas.


*Assim na Terra como no Céu! A astrologia faz todo o sentido por que microcosmos e macrocosmos tem uma relação íntima entre si. O que acontece entre os astros, repercute simbolicamente em nossas vidas, todos os dias. Essa "psicologia antiga" funciona como uma verdadeira bússola nos orientando na nossa jornada. Para entender melhor a si mesmo entre em contato com A Astróloga pelo e-mail aastrologa@gmail.com  

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* Aline Maccari é jornalista, cronista e astróloga, com pós graduação em psicologia junguiana. Para saber mais visite o blog www.aastróloga.com.br

Crédito: Luke Skywalker e o mestre Yoda em Star Wars. Cada um encontra o mestre que precisa pelo caminho. E na minha jornada descobri que até os picaretas tiveram sua função. 
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