A imagem da concha que representa o caminho de Santiago de Compostela também seria o símbolo da Vênus, protetora dos viajantes. |
"Caminho pela UNB, Universidade de Brasília, com o namorado, que logo se dispersa e aparecem outras pessoas, todas mulheres. Os prédios em arquitetura Bauhaus, modernista, sempre me chamaram muita atenção. Apesar de sua frieza são a marca da minha cidade. É nesse cenário que a cena se desenrola. Caminhando entre a relva e os prédios sinto o maravilhamento que a liberdade espacial da cidade provoca. Sinto o cheiro do verde que enche o lugar. Até que a paz e a familiaridade com o ambiente são invadidos por um terremoto.
Os prédios, tão sólidos, parecem se transformar em containers gigantes que se movimentam pelo lugar. O tremer de baixo dos pés causa pavor. Uma chuva de granizo encobre a visão. As venezianas dos prédios passam na minha frente e embaralham a vista, sem que eu possa ver uma nova configuração se aproximando. As paredes formam um ângulo de 90° e é lá que eu vou me proteger, juntamente com as outras duas meninas.UNB |
Quando o tremor passa, o cenário é diferente. Tudo aquilo havia sido transplantado para território estrangeiro. O ar, os pássaros eram outros, os sussurros eram noutra língua. A vegetação denunciava um outro país. Um homem de preto e balaclava se aproxima de mim e das outras duas meninas encurraladas no canto de uma parede preta. Seu olhar profundo me fita e ele passas de raspão sem fazer nada. Numa mistura de castelhano com um outra língua europeia ele pede que o homem do galpão ao lado nos sirva uma refeição. É quando me dou conta de que fomos sequestradas e estamos sob os cuidados de um comissário de bordo devidamente vestido. O comissário é sínico e demora a abrir a caixa com gavetas onde ficam os sanduíches. Ele me distrai e ri, como se não soubesse como pegar a comida, até que uma voz no auto falante desse galpão, manda um comando nessa língua estrangeira. Ele então abre a caixa e me oferece a primeira refeição do que seria um longo período de cativeiro.
Com o sanduíche a mão vou caminhar pelo lugar e me certifico de que estamos ilhadas, pois os prédios que se tornaram containers ficam no meio do nada. Assustada, sou percebida por um outro homem também de preto e balaclava. Ele vem atrás de mim e eu apresso o passo. Até que ele passa sua unha nas minhas costas num sinal íntimo e assustador de que se não nos comportarmos sofreremos punições. O único sinal de esperança aparece quando um deles me oferece uma concha de metal para beber água. E esse seria o meu copo, o único objeto, até que chegasse o resgate. A única pista que tive para ver a luz e a liberdade de volta era uma concha, perfeita como uma concha do mar. Bebi um pouco d'água nela e acordei."
Tudo isso deve ter acontecido por volta das 5h da manhã. Acordei nesta sexta impressionada e cheia de imagens na cabeça. Típico de uma noite de Lua Minguante em Peixes. As imagens que o Invisível manda vem em sonhos, ainda que a gente esteja distraído. Sobre seus significados? Alguns são claros: feminio, Perséfone, Hades, Brasília, Bauhaus, clausura, sequestro, Netuno, casa 12. Mas a concha me lembrou imediatamente a de Santiago de Compostela. Às 6h quando acordei lembrei que a concha de Santiago é a prova de que os peregrinos estiveram por lá. Durante a peregrinação eles a carregavam com eles para beber água e para cortar alimentos com as cerdas da concha. Era um objeto inseparável que unia a fé, a sobrevivência, a prova de que cumpriram com a peregrinação, mas também de que o símbolo da Vênus, a deusa pagã que protegia os viajantes, também os estava a proteger. Uma apropriação da Igreja de mais um símbolo antigo.
Hoje não trago previsões, mas apenas a imagem de uma concha. Qual a sua imagem para hoje e os próximos dias? Que presente lhe trouxe o inconsciente esta noite?
AM
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