quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

"Ninguém nasce mulher: torna-se mulher"

Simone de Beauvoir, Jean Paul Sartre e Oscar Niemeyer em Brasília. 
A quinta-feira começa com a Lua, deusa símbolo do feminino, no signo de Touro. Na astrologia, o belo animal é regido pela Vênus, deusa da beleza e das artes, oferecendo a Touro não apenas as qualidades mais óbvias do signo como a vivência da rotina diária, o apreço pelo trabalho e a família. Dentro de um bom coração taurino há também a beleza do feminino, que existe tanto em homens quanto em mulheres. No masculino, como diria Carl Jung, essa parcela é representada pela Anima, a fração sensível, delicada, gentil, amorosa, cuidadora e artística que há em todos os homens. Assim, dia de Lua em Touro é dia de falar do feminino, entre homens e mulheres. Nos tempos atuais estamos vivendo uma grande quadratura e a última vez que o céu esteve assim tão sombrio e desafiador foi por volta de 1929 - 1930 com a quebradeira nos Estados Unidos e período de conflitos entre a primeira e a segunda guerras mundiais. 

O casal passeando no Rio de Janeiro. Hoje ela completaria 106 anos.
Aquele ano marca o grande encontro entre dois gênios: Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre. Ou seja, em nível simbólico, muitos dos desafios que o mundo enfrentava naqueles tempos também estão sendo enfrentados atualmente. Se viva estivesse ela completaria hoje, coroada pela Lua taurina, cento e seis anos de idade. A filósofa esteve à frente do movimento existencialista francês que se confundiu de forma fértil com a literatura produzindo obras de valor inestimável até hoje. Filha de família aristocrática decadente ela estudou em colégio católico tendo como futuro promissor apenas o casamento, como era de se esperar naquela época. No entanto, Simone decidiu por uma vida nada convencional. Capricorniana de casa 2, em conjunção com Urano e Mercúrio, ela optou por ensinar filosofia e escrever de forma transgressora sobre os desafios do feminino para os novos tempos, como mostra sua Vênus em Aquário de casa 3 e na obra-prima O Segundo Sexo (1949). O Ascendente em Sagitário revela seus interesses superiores, acadêmicos e filosóficos por outros temas, inclusive sobre a sina do senhor do tempo (Saturno, planeta regente de Capricórnio) em A Velhice (1970) e pela morte em A Cerimônia de Adeus (1981)
O mapa natal de Simone de Beauvoir pode ser visto no link:
http://www.astro.com/astro-databank/Beauvoir%2C_Simone_de
Ao lado de Sartre viveu um romance totalmente fora dos padrões inclusive para os tempos de hoje. Ambos acreditavam que as experiências humanas e individualizadas eram ricas demais para serem abafadas pelo enfadonho matrimônio e por isso viveram relacionamentos livres, abertos, no entanto não menos amoroso. Nunca se casaram e vez por outra apresentavam um ao outro seus novos amantes, subvertendo o que conhecemos por fidelidade ou lealdade. Para ela, naqueles tempos, o casamento reservava à mulher uma posição inferior, quase humilhante, tendo em vista todas as possibilidades de desenvolvimento intelectual, fisolófico e espiritual que uma mulher poderia alcançar longe da amarras dos afazeres domésticos e do cuidado com as crias. Aliás, ela não teve herdeiros, mas plantou sementes de ideais libertárias que todas as mulheres colhem até hoje. 
Simone de Beauvoir falou de liberdades individuais, discutiu  gênero e com ela o Animus, o lado forte, decidido, trabalhador, realizador e aventureiro típico do universo masculino, passou a ser vivido cada vez mais intensamente por nós mulheres. Obviamente há quem não concorde com a situação atual da mulher. E esse de fato é um outro debate. As três jornadas de trabalho e a crise do masculino começam "naquela quadratura". Quem sabe "nessa nova quadratura" consigamos nos enxergar novamente dentro de um novo contexto, com novos desafios e respostas. O "ser homem" e o "ser mulher" são noções eternamente em construção e evolução. À Lua em Touro, a Simone, ao nosso Animus e a Anima de nossos companheiros um viva! Hoje é dia de Vênus.
Aline Maccari

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