No céu uma cruz pesada como em poucos momentos se viu. Quatro grandes planetas se comprimem entre oposições e quadraturas: Plutão e Vênus em Capricórnio se opõe a Júpiter em Câncer e, Lua e Marte em Libra se opõe a Urano em Áries. Além de toda essa pressão o Sol em Aquário também se indispõe noutra quadratura com Saturno em Escorpião. Tudo isso pode ser motivo de mil divagações e muita prosa, mas no fundo sintetiza uma única pergunta que deveríamos fazer ou que a vida tem feito a nós nos últimos tempos: "E então? Você vai ou não resolver aqueles problemas?" Uma encruzilhada principalmente para quem têm planetas importantes nos signos cardeais (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio). Na vida íntima cada um sabe onde lateja as dores de Aquiles.
Genebra II, começa hoje. Precisamos conversar, mas mais que isso precisamos urgentemente resolver nossas questões. |
É como se a relação eu versus outro e vida privada versus vida profissional, tomasse uma proporção descontrolada. Pelo mundo um episódio marca esta quarta-feira. Começa hoje a Genebra II. A conferência é de iniciativa da ONU, dos Estados Unidos e da Rússia. Nela o regime de Bashar
al-Assad e a oposição síria vão sentar pela
primeira vez à mesa, quase três anos depois de uma revolta pacífica seguida de repressão sangrenta, um conflito desmesurado que já matou mais de 130 mil pessoas e fez pelo
menos 9 milhões de refugiados.
Crianças sírias refugiadas estudam em barracas montadas como salas de aula. |
Há milhares de desaparecidos e
acumulam-se provas de crimes de guerra. As discussões que começam hoje vão ainda se prolongar por
vários dias na Suíça e em todos esses dias vão continuar a morrer sírios, devido aos bombardeios, os combates, o frio e a fome. A questão é que todos os
que foram para a Suíça o fizeram por motivos diferentes.
Assad enviou o seu ministro dos Negócios Estrangeiros porque
percebeu que tendo o seu regime num fórum internacional, o legitimaria. Assad repete que vai debater o "combate ao terrorismo".
Mas, afinal quem é o terrorista? Os opositores ao regime dizem que só vão ao encontro para discutir a criação de um governo de transição com a saída de Assad. O mesmo tema foi discutido na conferência de Genebra I, em 2012. Há quem diga que a questão não é se o encontro vai falhar, mas como ele vai falhar. Entre americanos, russos e sírios é como se fosse uma reunião de família onde todos se odeiam e não podem se matar. Quem sabe a guerra não tenha um fim próximo, mas talvez seja possível pensar em estratégias mais eficazes para dar suporte a tantas famílias sírias que perderam tudo em suas vidas e cuja condição compromete no mínimo as próximas duas gerações.
Crianças disputam brinquedos que estão sendo entreguem em campo de refugiados. |
Há algum tempo já se sabe que do conflito ninguém sairá vitorioso, mas também não desistente. E entre nós, simples mortais? Será que vamos continuar armados até os dentes e preparados para um conflito que desestrutura a nós mesmos? No embate entre nós e os outros ou entre nós e nossos instintos poderemos sair todos cegos e banguelas. Que apesar de sufocado o Sol desde mês, o Sol da razão e da lucidez aquarianas, ilumine as mentes para refletir sobre o futuro, sempre tão perto de nós.
Aline Maccari
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