Diário da Astróloga: 10.03.22 | Como a astrologia fala da vida, em toda a sua amplitude, ela flerta com vários saberes. É por isso que bebo de várias fontes. E para compreender cada vez mais a complexidade do mundo, a interdisciplinaridade se faz fundamental. Assim, leio antropólogos, feministas, sociólogos, lideranças indígenas... de Umberto Eco, bell hooks, Ben Teiltelbaum a Ailton Krenak. Mas talvez um dos meus favoritos seja Yuval Noah Harari.
O israelense, professor de história, autor dos best-seller Homo Sapiens, Homo Deus e 21 lições para o século 21 é o guru de muita gente, desde os caras mais cabeça do Vale do Silício até grandes empresários e presidentes da república.
Sua clarividência somada à sua erudição consegue refletir o passado, o presente e o futuro como ninguém. E inclusive, sob o meu ponto de vista, acho que ele faz isso muito bem também por ser pisciano. Especialmente agora, ele como tantos outros nativos do signo, que estão passando por um momento muito especial: o Stellium em Peixes. Talvez por isso, ele esteja mais afiado e seja mais necessário que nunca.
HARARI, A GUERRA E A MEMÓRIA
Nestes dias, acompanhando uma de suas entrevistas, ele disse coisas interessantíssimas sobre o momento que estamos vivendo. Mas uma delas me marcou bastante. Em Homo Sapiens ele afirma que os humanos são a única espécie capaz de acreditar em histórias. É por isso que cremos em narrativas, desde as mitologias, as religiões ou a criação de sistema financeiros... até mesmo num pedaço de papel chamado dinheiro.
Entretanto, a capacidade de acreditar em histórias e se apegar a elas talvez seja algo que deveríamos repensar. Sobre a Guerra na Ucrânia, ele afirma que se Putin não cresse tão fortemente nas feridas de outrora e no desejo de um retorno ao passado que estaríamos vivendo um tempo de mais paz. Ele afirma que foram as narrativas dos conflitos que culminaram na 1ª Guerra Mundial. E que foram as histórias, memórias e feridas da 1ª que nos levaram à 2ª Guerra Mundial.
Mas, Harari fala sobre um tempo de apaziguamento, um tempo de paz. Desde a 2ª Guerra nós tivemos conflitos, é fato. Mas nada em se tratando de aniquilar uma nação pacífica e incorporá-la, mudando os mapas e a geopolítica do mundo; nem qualquer coisa que flertasse com uma nova ameaça nuclear, terror que parecia extinto desde a Crise dos Mísseis em Cuba, em 1962.
O que ele quer dizer é que por anos alcançamos um novo patamar civilizatório, mas que, em muito devido ao apego ao passado e a crença em histórias, estamos de volta ao mesmo ponto. Harari vai além. Ele disse que passamos décadas para esquecer ou apaziguar os acontecimentos da 2ª Guerra. E que em apenas alguns dias estamos a criar novas feridas, especialmente na Ucrânia, mas em todo o mundo, que serão lembradas pelos próximos 40, 50 ou 60 anos. Ou seja, o passado, o presente, o futuro e a maneira como lidamos com nossas frustrações e memórias precisa alcançar um patamar mais elevado de compreensão e superação, para o bem de todos nós!
NÓS E NOSSAS MEMÓRIAS
Depois destas linhas, muitos já estarão pensando no absurdo do desejo Putin em voltar ao Czarismo ou a um tempo de glória da ex União Soviética. Mas será que somos nós capazes de nos livrar das nossas memórias do passado referentes a perdas e frustrações, para enfim caminharmos para frente? Quanto das histórias em que acreditamos e das emoções negativas que congelamos nos impedem de seguir em frente, nos aprisionando num passado-presente-futuro sombrio? Se deixássemos parte das nossas feridas no passado e seguíssemos em frente, de maneira corajosa e mais leve, não sereia algo que poderia nos poupar do sofrimento ou nos trazer mais felicidade? O que Harari está falando, como pisciano, é sobre PERDÃO, uma temática muito forte no signo. Um exercício que mais importante que libertar o outro de suas culpas, fala de auto libertação das nossa expectativas. E se estamos num momento importante de virada do mundo, seria importante largarmos para trás algumas bagagens pesadas.
Quem carrega muita tralha consigo dificilmente sairá do lugar. E talvez o que os ditadores e nós precisemos fazer é esvaziar nossas malas de mágoas para seguirmos em frente. A propósito, é interessante perceber o que os refugiados carregam consigo: apenas uma mala. Se tivesse que recomeça, o quê você carregaria para a sua "próxima vida"? Mágoas ou sonhos?
Aline Maccari
Jornalista, Astróloga e Analista Junguiana
Diário da Astróloga 10.03.22: O quê você levaria na sua mala para começar uma vida nova? Mágoas? Ou sonhos? A pergunta surge a partir de reflexões do historiador pisiciano Yuval Noah Harari, sobre esses tempos de guerra na Ucrânia.
O que eu levaria? Livros!
Aline Maccari
Jornalista, Astróloga e Analista Junguiana
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