Era uma vez Plutão em Capricórnio. Sombrio e nervoso, temendo perder o emprego, ele carregava uma sniper silenciosa e apontava para todos os lados. Urano em Áries, justiceiro, violento e belicoso defendia os seus contra as tiranias do mundo apontando sua bazuca nas quatro direções. Júpiter em Câncer quase perdeu o equilíbrio emocional e para garantir a segurança da família mantinha algumas granadas no criado mudo, junto à bíblia e a constituição. Marte em Libra, vaidoso e medroso, se sentiu acuado e sacou de sua Louis Vuitton um spray de pimenta mortal. E no céu se formou a quadratura mais tensa de todos os tempos envolvendo quatro planetas perigosos e armados até os dentes, prontos para atirar a qualquer momento.

Hoje e amanhã vamos desejar viajar, desbravar, conhecer, como Sagitário gosta, mas a Lua em Câncer nos fará lembrar de uma briga antiga que paira no céu há muito tempo e da qual ninguém poderá fugir. Cada um tem suas batalhas para travar. Todas as vezes que o céu fica tenso como o de hoje a melhor estratégia talvez seja a inação. Como promover qualquer mudança num conflito estabelecido há tanto tempo e entre gigantes tão poderosos? Algumas dificuldades na vida são às vezes muito maiores que o nosso poder para resolvê-las. Sol em Sagitário avisa que é tempo de fé e que ela move montanhas. Acreditar na força do invisível e esperar pode, como Câncer, em alguns momentos, pode ser a melhor das estratégias. São muitas as tensões. A vida profissional aponta numa direção e a vida privada noutra. Vamos querer mudar de projeto e talvez não possamos agora nesse trecho do caminho. Vamos deseja falar de amor, mas também de nós mesmos separadamente, dentro da relação. E o outro pode não estar disposto a ouvir.
Vamos preferir a quietude. Em tempo de informações cruzadas e conflitos para todos os lados a Lua em Câncer sugere um agradável encontro consigo mesmo através da música. Desejando viver o pôr do sol de Brasília no dia de ontem passei na padoca, peguei uma guloseima e fui para a porta da Igrejinha na 308 sul. Após dez minutos dois ônibus chegaram. Cerca de 70 pessoas se reuniram com gorros vermelhos cantando a chegada do Natal. Adorei ver as pessoas reunidas, como numa cidade interiorana. Num lugar povoada por gente dos quatro cantos do país as cantatas são uma oferta de aconchego na alma do brasiliense. Pelo menos até o final da semana deveríamos focar no que vai acontecer de mais importante até o final do ano: a noite feliz.
Aline Maccari
"Humores Tarantinus": http://www.youtube.com/watch?v=pDgPpfxqOzU
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