terça-feira, 16 de outubro de 2018

Exílio

Há dias como o de hoje, com a Lua conjunta a Plutão em Capricórnio, em que a medida da realidade nos é dada de maneira crua. Mas, pelo menos do alto dessa montanha, simbolizada pelo signo, podemos enxergar ao longe. Geralmente, relacionados ao exílio estão o signo de Peixes e a casa 12 do mapa astral. Mas a imagem do exílio, daquele cenário de isolamento e solidão, pode estar em qualquer tempo e qualquer lugar.
Ontem de madrugada lia sobre Pepe Mujica, o ex presidente do Uruguai, tornado pop entre os jovens do mundo inteiro, inclusive por andar num velho fusca azul. Mas, para muito além disso, Mujica se tornou gigante, depois de amargar 13 anos preso, 7 deles numa solitária. Confesso que não sabia desse detalhe tremendo em sua biografia, o que me deixou muitíssimo impressionada. Nesse período ele teve tempo de pensar na esquerda, na direita, no anarquismo, em Deus e no Diabo, de pensar grande e bonito sobre o que faria quando saísse de lá. A história de Nelson Mandela não é diferente. Mas, no caso do sul-africano foi um ciclo inteiro de Saturno, 28 anos, e não a metade do movimento, como com Mujica. Novamente, não há como não dizer que essa foi uma longa preparação para o que ele viria a ser para o mundo. E é incrível ver contido nisso um ciclo planetário.
O exílio pode durar meses ou anos, mas é sempre penoso. Por doenças, opção religiosa, fuga do país ou cumprimento de pena é sempre das experiências mais profundas e transformadoras que se possa viver. Pois nela o tempo esculpe um sujeito totalmente diferente e que muito provavelmente não se transformaria de outra maneira, a não ser por tal imposição. Quem sabe não é essa a face temida de Deus!? Em cartaz nos cinemas, a regravação do filme Papillon, um rapaz que teria sido preso injustamente, trata do mesmo assunto. Também foram anos de isolamento numa prisão na Guiana Francesa. Uma história real que transformou um simples jovem vigarista, num dos escritores mais lidos do mundo, após sua fuga transformada por ele mesmo num best-seller.
O exílio pode ser uma realidade imposta por condições externas ou internas. Há pessoas que passam agora pelos seus exílios e nós nem sabemos. Mas, há também sociedades inteiras que podem viver essa longa temporada, como a Síria. Da perspectiva de quem entra para "cumprir uma pena" parece o fim do mundo. E é! O fim do mundo como o conhecemos. Pois após essa longa experiência os nossos valores são completamente transformados. A diferença é que em coletividade, o espanto e o desespero podem ser compartilhadas com os demais. O que o destino colocou para Mojica, Mandela, Papillon ou para o país é que a crueza do tempo irá se impôr de toda a maneira. Há fatores tremendamente maiores que nós em jogo. Mas, que uma vez nessa condição, a liberdade que nos resta é a de decidir fazer do tempo o melhor escultor possível de um novo espírito. Talvez nos espantemos porque nossa experiência agora é coletiva. Mas, como a própria história e o céu mostram, esse é um movimento esperado. O mundo sempre se expande e se retrai, como num impulso de sístole e diástole do coração. A "noite escura" não virá. Ela já está! O que cabe a nós é saber a maneira menos danosa de vivê-la, independentemente de qualquer coisa. Nesse caso, tanto a casa 12, quanto Peixes ou Capricórnio carregam dentro de si um velho sábio. Que ele sopre nos nossos ouvidos sobre o melhor a fazer diante do pior a viver, a começar por agora.
Aline Maccari


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*Assim na Terra como no Céu! A astrologia faz todo o sentido por que microcosmos e macrocosmos tem uma relação íntima entre si. O que acontece entre os astros, repercute simbolicamente em nossas vidas, todos os dias. Essa "psicologia antiga" funciona como uma verdadeira bússola nos orientando na nossa jornada. Para entender melhor a si mesmo entre em contato com A Astróloga pelo e-mail aastrologa@gmail.com  
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* Aline Maccari é jornalista, cronista e astróloga, com pós graduação em psicologia junguiana. Para saber mais visite o blog www.aastróloga.com.br

CRÉDITOS: Arte de Tana Miller
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