A frase "A ilusão é o primeiro de todos os prazeres" do filósofo iluminista Voltaire tem inúmeras possibilidades interpretativas. Lembrei-me das nossas primeiras experiências quando crianças e de como a ilusão e a mágica das coisas nos faziam delirar. E nós pedíamos para repedirem, repetirem e repetirem a mesma cena, over and over again! Mas em dias de Vênus, deusa do amor e das artes em oposição a Netuno, deus dos mares e da inconsciência, a ilusão não é escolha, mas ponto pacífico.
Resta-nos saber, no nosso íntimo, se as ilusões constantes nas relações amorosas continuam a nos provocar prazeres, depois de tantos anos, dores e terapias. E em caso de resposta afirmativa, se não seria o caso de reavaliarmos nosso grau de masoquismo. Daqui, não vou além! Para bom entendedor meia cutucada basta.
Aline Maccari