quarta-feira, 6 de abril de 2016

CÉU DE HOJE: ponderando sobre tempos sombrios

Lua Nova em Áries marcam a terça e quarta-feira. Vênus entra em Áries e fica até o dia 29 e Mercúrio entra em Touro e por lá fica até o dia dos namorados, 12 de junho. 
Mudança no céu, mudança na terra. A quarta-feira começa com a força energética de uma Lua Nova em Áries, trazendo mais lenha para a fogueira ou, na melhor das hipóteses, novo fôlego para nossos projetos. É um bom dia para iniciativa, atitude e retomada de auto confiança para seguirmos a frente com temas importantes. Da mesma forma Vênus, deusa do amor, entra também em Áries aquecendo paixões, como se elas já não estivessem aquecidas, agitadas e borbulhantes o suficiente. Nessas horas é importante observar a possessividade entre os amantes. Mas, no céu, sempre ou quase sempre, há um rearranjo de forças. A melhores das notícias de hoje talvez seja o ingresso de Mercúrio, planeta das negociações, em Touro.
No primeiro signo de terra ele tende a ser ponderado e pragmático, e por isso talvez um pouco mais pacífico. Será que Mercúrio nos apazígua pelos próximos dias? Negociar, negociar, negociar! Acho que apostarei minhas fichas nele. Para esta fase, em que a mente se permite ouvir outros pontos de vista, gostaria de dividir com vocês um texto do livro Ao Encontro da Sombra - O Potencial Oculto do Lado Escuro da Natureza Humana. Nele, entre outros textos, os autores falam dos processos sombrios com os quais o coletivo, a sociedade, pode se identificar. Um texto muito apropriado para dias tão conturbados, onde nos sentimos praticamente forçados a defender um dos lados indefensáveis. Em tempos tão obscuros, onde o amor está na gaveta e o abuso de poder impera, importante é praticar a lucidez, com informação esclarecedora, de qualidade e procedência. A todos boa leitura e reflexão. Adoraria que se possível deixassem suas impressões sobre o texto a seguir. Um bom dia a todos!

Aline Maccari

"A sombra coletiva pode tomar a forma de fenômenos de massa, nos quais nações inteiras são possuídas pela força arquetípica do mal. Isso pode ser explicado pelo processo inconsciente conhecido como participation mystique (expressão criada pelo psicólogo e filósofo social Lucien Lèvy Bruhl e universalmente adotada). Por esse processo, o indivíduo (ou grupo) vincula-se e identifica-se psicologicamente com um objeto, pessoa ou ideia, tornando-se incapaz de fazer uma distinção moral entre ele mesmo e sua percepção do objeto. No caso da sombra coletiva, isso pode significar que as pessoas se identificam com uma ideologia ou com um líder que expressa os medos e inferioridades de toda a sociedade. Com frequência essa identificação toma a forma a nível coletivo, de fascinações fanáticas, tais como perseguições religiosas, intolerância racial, sistema de castas, busca de bodes expiatórios, caça às bruxas ou ódio genocida. Quando uma minoria carrega a projeção daquilo que uma sociedade rejeita, o potencial para o mal é ativado. Exemplos desse fenômeno de massa, na nossa época, incluem os pogroms czaristas na Rússia na virada do século, a perseguição nazista aos judeus, ciganos e homossexuais no holocausto da Segunda Guerra Mundia, o anticomunismo e o macarthismo nos Estados Unidos nos anos 50, e o sistema constitucional do apartheid na África do Sul. Nosso século testemunhou essas psicoses de massa passadas ao ato em crueldades que alcançaram proporções nunca antes imaginadas. 
O mal coletivo desafia a compreensão. Essas forças erguem-se da mente inconsciente de um número imenso de pessoas. Quando ocorrem essas epidemias mentais, geralmente somos impotentes para combater os flagelos que as acompanham. As poucas pessoas que não se deixam aprisionar por uma participation mystique podem facilmente tornar-se, elas próprias, suas vítimas. Basta lembrar que o povo alemão negava a existência dos campos de extermínio nazista, a cegueira do mundo todo diante do regime genocida do Khemer Vermelho no Camboja ou a negligência global diante da situação crítica do Tibete nas mãos dos implacáveis comunistas chineses. Esses efeitos coletivos geralmente são personificados por um líder político - Napoleão, Stalin, Hitler, Pol Pot ou Saddam Hussein, por exemplo - que então passam a carregar as projeções coletivas que haviam sido reprimidas na cultura como um todo. "Não apenas a sombra coletiva está viva nesses líderes", diz Liliane Frey-Rohn, mas "eles próprios representam a sombra coletiva, o adversário e o mal." 
Em décadas recentes houve alguns exemplos corajosos de tentativas humanas para neutralizar o mal: o moderno santo indiano Mohandas Gandhi restaurou com sucesso a dignidade e a independência da Índia através da não-violência, o que gerou um movimento que virtualmente libertou as nações do Terceiro mundo da colonização imperialista. Martin Luther King e o movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos fizeram avançar a causa da igualdade racial e continuam a inspirar povos e nações a enfrentar as forças repressivas do mal." 

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