Lua em Gêmeos: estejamos alertas aos enganos no mês das parcerias |
Gustavo já namorava Sofia há sete anos. Era um relacionamento bastante sólido. Ele sabia o que queria, já tinha traçado todas as metas da vida e a companheira parecia ser a ideal para que sua história pessoal reinasse perfeita aos próprios olhos e aos de sua família. Ela tinha uma vida financeira pra lá de estável, farta, mas arrancar dela uma risada era um desafio cansativo e desestimulante. Os amigos fingiam se contentar com aquele sorriso triste. Sofia era branca e fria como um azulejo. Mas tinha forte potencial para ser boa esposa e boa mãe, defendia o noivo. A vida do casal seguia como um rio manso, desses azuis e espelhados, refletindo uma felicidade aos olhos dos outros quase admirável. Ambos acreditavam que suas qualidades seriam suficientes para a manutenção de uma relação duradoura. E que seguiriam juntos, na saúde e na riqueza até a velhice. Até que um vento forte turvou as águas daquele rio e deformou ambos, mas só ele viu a cena. Se viu torto, fora de forma, instigantemente desfigurado. O nome daquele vendaval de primavera era Juliana, a estagiária. Ela sim, cheia de formas definidas, gargalhadas fartas e uma fé inabalável e juvenil na vida movimentou o gajo. E uma vontade imensa de desbravar as pedras e contornos do rio até a nascente tomou conta de Gustavo. E quem parecia firme e determinado em sua opinião se viu dissolver em águas que um dia foram cristalinas. Entregar-se a Juliana foi algo impensado, aventureiro, irresponsável e revitalizante. E até ele que não sorria fazia tempo voltou a rir da vida ao lado dela. O novo casal era de "fechar o comércio". E se os amigos dele antes desejavam sua felicidade, agora não mais. Todos queriam a morena Juliana para si. Gustavo que voltasse às vias com "o azulejo". Tudo parecia bem se não fosse um detalhe consensual e outro cultural. Ele não findou uma relação para começar outra. Gustavo manteve ambas, por mais tantos anos. Ele dizia que uma completava a outra e que não conseguiria viver se faltasse uma delas em sua vida. Até que ambas descobriram o que se passava. A configuração no céu de hoje me remeteu a essa história. A Vênus que entrou ontem na constelação de Virgem está em oposição a Netuno. Na mitologia grega ele leva o nome de Poseidon, o rei dos mares, das profundezas, do inconsciente. E quando um planeta está contrário a ele sofre suas piores repreensões. Estar em oposição a Netuno é como enxergar a vida sentado no fundo de um rio, tudo se deforma e lidar com a realidade dos fatos se torna um grande desafio, porque não as definimos com precisão e portanto, não sabemos de que forma agir. É como se precisássemos de alguém para nos dizer o que estamos vendo e para onde vamos. No caso desse "Y" amoroso, todos enxergavam tudo fora de foco ou pelo menos se acomodaram em enxergar os fatos assim, ainda que inconscientemente, já que de alguma forma havia uma estabilidade confortável às partes. Assim, nos próximos dias a Vênus permanecerá em oposição a Netuno, nos fazendo ter percepções equivocadas quanto ao objeto do nosso amor. E com a Lua que ingressou em Gêmeos hoje, a probabilidade de sermos enganados é ainda muito maior. Nesta quinta e sexta-feira o alerta não está apenas ao nosso redor, mas também quanto aos motivos e desejos que nos levam ao autoengano. Afinal, porque mentimos para nós mesmos? O que ganhamos com isso?
Aline Maccari
A cantora norueguesa Frida Amundsen canta que "ainda está apaixonada", "você é quem não consegue perceber". Em dia de Lua em Gêmeos estejamos atentos aos encantos de Hermes, o deus menino, aquele que adora pregar uma peça.
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