A Astrologia é o estudo dos astros e suas influências sobre os seres humanos. Eles exercem seu poder sobre nós assim como sobre a natureza. No mundo atual, assoberbados por tanta velocidade e fugacidade nem percebemos se o dia que vivemos é belo e ensolarado. Quando o Sol, o astro-rei nasce estamos dormindo. Quando a Lua brota no céu estamos presos em engarrafamentos. Quando chove forte estamos confinados em algum lugar fechado.
Não temos tempo para sentir o tempo. Mas há seis mil anos, quando os homens começaram a se guiar pelos astros, os planetas, as estrelas e a natureza, o céu e a terra eram na verdade tudo o que se tinha para observar e apreciar, porque deles tudo dependia.
Era o nascer do sol que pautava o começo do dia, do trabalho, da ação, da consciência. Era o pôr-do-sol que marcava a hora do descanso, de dormir, da inconsciência. Era com o suor do trabalho no campo, domesticando a natureza que o homem garantiria uma mesa farta, a despensa cheia, a vida regrada e a sobrevivência. As quatro estações marcavam o ritmo da natureza, dividindo o ano em doze meses, épocas apropriadas para o plantio ou para a colheita. Como as plantas e os animais somos também sazonais. Como as estações afetam as plantações, o nascimento e a morte, os planetas afetam as marés e a gravidade, e os doze meses também nos contaminam com suas qualidades.
Somos primaveris, invernais. Alguns são mais expansivos, outros mais retraídos. Uns de casa, outros da rua. Uns trabalham demais outros de menos. Outros amam demais, outros muito mais. Temos qualidades que nos distinguem uns dos outros e que nos aproximam das pessoas que nasceram em datas próximas à nossa. Assim, o mapa natal é a ferramenta do astrólogo. É o desenho do céu no momento em que você nasceu. É um mapa do caminho que leva até você. E assim como os movimentos do Sol, da Lua e de todos os outros planetas afetam a Terra, estes movimentos também nos afetam. E se se faz na Terra como no céu, do céu se fará na Terra. Porque tudo o que acontece em nível macro atinge um nível micro. O que acontece no universo, afeta o cosmos, os movimentos planetares como os luminares (Sol e Lua) afetam a Terra. O que atinge as nações, atinge as cidades.
O que aflige às famílias, aflige a nós. O que acontece conosco reflete no nosso corpo, em nossas células, nossos átomos, nossa energia. E desta forma reflete em nossos humores, nossas personalidades, nossos planos, nossas atitudes.
Carl G. Jung, o mais conhecido discípulo de Freud, pai da psicologia analítica, grande humanista, chamava a astrologia de a mãe antiga da psicologia, a mãe ancestral dos estudos da psique, da alma, do comportamento, da personalidade humana. Jung entendeu e estudou a psicologia de forma arquetípica. A palavra arquétipo significa tipo antigo.
Os tipos antigos são as formas encontradas na mitologia. E nos tempos remotos, antes do controle e predição da ciência e do misticismo aprisionador da religião, o mundo se explicava através dos mitos. Os deuses gregos, por exemplo, eram esses tipos antigos. Marte era o deus da guerra, Vênus a deusa do amor. Eles eram como nós, cheios de defeitos, manias, desgostos e virtudes. Não significavam uma verdade completa e imutável, mas saciavam os questionamentos mais profundos dos homens como histórias que saciam crianças.
Os mitos são por vezes repletos de antagonismos e absurdos. Mas explicam o mundo com as respostas mais primeiras, singulares, inconscientes e poderosas que puderam oferecer naqueles tempos, com a força da intuição. Assim, mitos são respostas intuitivas. E a partir deles se explicou os planetas e a vida, por meio de arquétipos que povoam o nosso inconsciente e que explicam nossas pulsões e desejos. Quando se analisa um mapa astral se está na verdade conversando com os todos esses deuses antigos e tentando escutar o que eles querem dizer. No mapa é possível ouvir quem fala mais alto, o que falam e como falam. Somos mais agressivos e impulsivos como Marte? Ou amáveis, belos e harmoniosos como Vênus? E em quais áreas das nossas vidas temos essas qualidades? Converse com os deuses e eles dirão quem você é. Num processo delicado de analogias entre essas frases se tece uma trama, com toda a atenção, cuidado e respeito a que deuses e humanos merecem. E eis a história de uma vida contada num mapa.
Tecnologias antigas como a do mapa astral foram dissociadas no tempo do seu sentido sagrado e o astrólogo de seu trabalho sacerdotal. De certa forma não acho que todos devam mesmo saber sobre o assunto. É preciso querer. Reis e rainhas tinham seus sábios astrólogos de plantão e hoje, a quem quiser, parte da informação está à disposição. Numa época de revoluções no acesso a informação, época de reflexão e mudanças em níveis mundiais, ambientais e íntimos a astrologia oferece respostas como um verdadeiro mapa da mina. Um mapa de saídas e chegadas, curvas sinuosas, despenhadeiros e lindas paisagens. Um caminho que nos leva até a mina de preciosidades que existe dentro de cada um de nós.