O mito do herói

Diário da Astróloga: 16/Mai/24 | Precisamos falar sobre heroísmo! E não sou eu quem sugere esta pauta, mas o céu. Nestes dias, entre 13 e 19/Maio, Marte, o deus da ação faz uma conjunção com o Nodo Norte em Áries e este aspecto planetário, entre tantos desafios, também aponta heróis e heroínas, mais que em qualquer outra ocasião.

◼️ CARL JUNG

Jung, estudioso da astrologia, sabia que em momentos específicos algumas realidades se "materializavam", sob o que ele chamava de possessão arquetípica. Desde o ano passado, quando o Nodo Norte entrou em Áries, "o herói" tem sido uma temática importante e que muitos de nós tem incorporado essa persona/experiência, pelos mais diferentes motivos e nos mais distantes lugares. Mas, em momentos como esse, eles são muito mais visíveis.

◼️ O HERÓI

Diferentemente do deus que é imortal, o herói é aquele que após a sua saga, pode se deparar com a finitude real ou simbólica. E essa maneira de ver as coisas faz com que vejamos, sem dúvida, algum heroísmo nos deuses. Mas, a jornada do herói está mesmo é dentro de todos nós, simples mortais. 

◼️ A JORNADA DO HERÓI

Segundo o professor de mitologia Joseph Campbell, em "O Herói de Mil Faces", as histórias de heróis podem ser diferentes, mas elas seguem um fio narrativo comum, é o que ele chama de MONOMITO. Ser herói, portanto, de alguma maneira é viver cada etapa dessa jornada. Segundo ele, e de maneira circular, "Um herói vindo do mundo cotidiano se aventura numa região e prodígios sobrenaturais; ali encontra fabulosas forças e obtém uma vitória decisiva; o herói retorna de sua misteriosa aventura com o poder de trazer benefícios aos seus semelhantes." Por exemplo, "Prometeu foi aos céus, roubou o fogo dos deuses e voltou à terra". O que não foi diferente das jornadas de Buda ou Jesus Cristo. 

◼️ CÉU DO MOMENTO

A questão é que como afirma o hermetismo "o que está em cima é como o que está embaixo" e atualmente a conjunção de Marte e Nodo Norte em Áries, o próprio signo do herói, evoca este arquétipo em todos nós.

Como para a astrologia não somos outros senão nós mesmos, o melhor que podemos fazer é viver esta força manifesta, mas com consciência. Por que afinal, sempre há consequências, para o bem e para o mal.

 ◼️ A HISTÓRIA INTEIRA

Como a narrativa heroica é portanto "lutar até a morte", ei-la entre nós nestes dias. Atualmente, o local da batalha tem sido o Rio Grande do Sul e é de lá que sai a notícia: "Socorristas e voluntários já estão com sinais de burnout. Especialistas relatam preocupação com saúde mental de voluntários e profissionais que resgatam e acolhem vítimas no estado gaúcho." Desta maneira, é no RS que o monomito tem sido reencenado, portanto. Assim na Terra, como no céu!

◼️ O DESAFIO

A questão é que as reações ao "herói" podem ser muito diferentes. Geralmente ele irá compartilhar a sua vitória com a sociedade. E geralmente ele é homenageado. Mas, em vários casos ele pode ser punido e até colapsar, segundo Campbell. Há um trecho de "O Herói de Mil Faces" que nos traz um luz neste sentido. O professor afirma: "O herói composto do MONOMITO é uma personagem dotada de dons excepcionais. Frequentemente honrado pela sociedade de que faz parte, também costuma não receber reconhecimento ou ser objeto de desdém. Ele e/ou o mundo em que se encontra sofrem de uma DEFICIÊNCIA SIMBÓLICA." 

◼️ O X DA QUESTÃO

O x da questão portanto e o que eu gostaria de salientar hoje é que todos estamos imersos atualmente nesta possessão arquetípica coletiva. E entre todos nós, o que mais há são heróis. Mas, a investida na narrativa pode levar tanto tempo e energia, que muitos já estão chegando ao final da jornada e sucumbindo, mesmo ainda com tanto a fazer. O que é esperado, diante do tamanho da missão gaúcha. Mas, se não oferecermos mais suporte, ajuda e reconhecimento para os nossos heróis, nós os perderemos. Por que a dificuldade não vem da falta de heroísmo, mas pode vir  de uma sociedade que não é capaz de reconhecê-lo, nutri-los e sustentá-los, ou seja, dar-lhes o suporte necessário.

A saúde mental, física e emocional de quem socorre as vítimas neste momento no RS não é apenas de responsabilidade de cada um, mas da própria sociedade. 

◼️ O QUE FAZER?

Neste momento, algumas reflexões e decisões poderiam ser tomadas para que o herói não "morra" em burnout ou síndrome do pânico, por exemplo. Para isso, sugiro algumas medidas.

1) RECONHECIMENTO: este é um dos combustíveis do herói. Por mais que ele faça o que faz de maneira abnegada, em nome da missão, ele precisa ser reconhecido em seu ato heroico. É isso o que o nutre.

2) SUPORTE: O suporte que o herói precisa não deve ser apenas comunitário, mas também governamental. Ele precisa de meios para "ser herói". 

3) DESCANSO: A "morte" do herói precisa ser simbólica, antes de ser física ou mental. Por isso, é preciso descanso. E para que o RS não fique desfalcado, é preciso revezamento, se possível com outros estados. Fica a dica para cidadãos e governos.

4) TERAPIA: O herói não é uma máquina de salvamento. Ele é um ser humano, como qualquer outro, com suas histórias, forças, fragilidades e necessidades de fala e cura. Por isso, se não for possível fazer terapia, fale, converse, troque, peça socorro. Na vida real, os heróis também precisam de ajuda psicológica. 

5) AMOR E BELEZA: Um dos poucos momentos na mitologia em que Ares, o deus da guerra descansa e reabastece as suas energias é quando ele se encontra com a bela Afrodite, deusa do amor e da beleza. Subjetiva e objetivamente são estas qualidades que o herói precisa reencontrar para recuperar suas forças ante de voltar à batalha. Homens e mulheres no front precisam portanto de pausas de leveza, beleza e amor para seguirem em frente. Não subestimemos a Vênus! Ela é o antídoto à guerra!

◼️ ENFIM...

Uma sociedade sem passado, compromisso ou autoconhecimento poderá não ser capaz de perceber a riqueza que vive. Este pode ser o momento mais heroico do Brasil recente. Mas, se a nossa "deficiência simbólica" não for capaz de reconhecer a potência de uma incrível história sendo contada exatamente neste momento, perderemos uma grande chance de incorporar este capítulo. O herói precisa de sua tribo, assim como a tribo precisa de seu herói. Afina, é de onde ele parte e para onde ele retorna.

Aline Maccari Jornalista, Astróloga e Analista Junguiana ● O vídeo completo pode ser visto no canal da @aastrologa no YouTube:    / @aastrologa  . Ou clique no link que segue na BIO☝ e nos STORIES ☝

Diário da Astróloga: 16/Mai/24 Neste vídeo eu faço uma reflexão possível sobre heróis, heroínas, saúde mental e sociedade à partir da tragédia do Rio Grande do Sul e outras pelo mundo, olhando para o céu do momento e na conjunção de Marte e Nodo Norte em Áries, de 13 a 19/Maio. Precisamos falar sobre o mito do herói! ATENÇÃO! Aline Maccari Jornalista, Astróloga e Analista Junguiana ● O vídeo completo pode ser visto no canal da @aastrologa no YouTube:    / @aastrologa  . Ou clique no link que segue na BIO☝ e nos STORIES ☝

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