terça-feira, 11 de junho de 2013

O tal desconforto


De um lado a Lua, Vênus e Mercúrio. Do outro, em oposição, Plutão: foto do debochado artista M.Ferrari
Uma ternura que beira a comoção. Hoje é dia de Lua em Câncer (somada a Mercúrio e Vênus no mesmo signo) e todas as vezes que leio sobre este signo na literatura astrológica me comovo de tal forma que parece que a humanidade acordou de pantufas, tomou café da manhã na casa da vovó, à tarde colheu flores no campo e à noite dormiu agarrado ao cachorro, assistindo A Noviça Rebelde. Um aconchego, um acolhimento que existe de fato se Plutão não estivesse do outro lado da roda zodiacal, em Capricórnio, promovendo uma tensão tão grande que a dose de realidade nos arranca o cobertor à força na madrugada, por vezes nos deixando tremendo de frio, em desalento. Isso pode parecer dramático demais até você conversar com um canceriano e perguntar a ele se a vida vai bem de fato. Quem tem Sol, Lua ou Ascendente, e ainda Vênus, Marte e Mercúrio natais em Câncer e por isso em oposição a Plutão neste momento, tem vivido dias bastante desconfortáveis. Câncer é o signo da geração da vida e Plutão é planeta de morte. Uma dicotomia que me parece mais fácil de ser compreendida à partir do momento que entendemos que Plutão passa em nossas vidas deixando restar apenas o que é essencial. Dane Rudhyar explica que "os trânsitos de Plutão significam o poder para libertar o eterno do transitório." E é essa a lição que cancerianos e capricornianos estão aprendendo neste momento. Sobre Plutão encontrei ontem um texto muito claro que fala sobre sua atuação em nossas vidas, e gostaria de dividi-lo com vocês. De qualquer forma o dia continuará com a Lua em Câncer e ainda que seja difícil reabastecer as energias com o acolhimento familiar tentemos promover o aconchego a nós mesmos, da forma como podemos, nos expondo a situações menos adversas. Eu mesma vou optar pela sopinha quente hoje à noite. Alguém aceita?
Aline Maccari

Plutão: Deus do Submundo
Energia de morte e renascimento: como nos transformamos

Os domínios de Plutão abrangem tudo o que mais tememos e procuramos evitar. Mesmo assim, seu ciclo ensina que nem tudo está perdido, independentemente do que aconteça. A fênix que ressurge das próprias cinzas simboliza a liberdade oferecida por Plutão. Mostra que podemos abraçar a mudança radical quando percebemos que até perder tudo é uma oportunidade de recomeço, purificados e em melhor forma. Assim é com as estações do ano, quando uma nova vida surge da decadência, em um eterno retorno. A insegurança vem do medo do que acontecerá a seguir, do futuro incerto. Deixamos de ser escravos do futuro (e também do passado) quando convivemos conscientemente com a insegurança a cada momento. Pensar assim exige coragem. O que mais prezamos pode parecer estar em jogo, mas, ao enfrentar todas as "pequenas mortes" da vida e aprender a renascer, tornamo-nos  mais confiantes e livres. Nesse sentido, passamos a entender por que Hades "o não visto", era também conhecido como Plutão, o senhor da riqueza. É improvável que um corpo celeste tão pequeno e distante tenha tanto efeito sobre a Terra. De fato, em 2006, a União Astronômica Internacional rebaixou Plutão ao status de planeta anão. Entretanto, quando usado como foco de referência, seu ciclo realmente parece refletir padrões de importantes agitações sociais.
Eventos na época da sua descoberta por Clyde Tombaugh, em 1930, sugerem que o planeta foi corretamente batizado, em especial a quebra de Wall Streat, em 1929, e a subida ao poder de ditadores, na década de 30, culminando na Segunda Guerra Mundial. A guerra acabou depois da devastação nuclear de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, tornada viável pela fissão do átomo em 1932. Isso mudou nossa relação com a Terra para sempre, pois adquirimos o poder de destruí-la, se quiséssemos. A energia nuclear levou à corrida armamentista nuclear e ao mundo intensamente científico em que vivemos hoje.Mais recentemente,em 1990, a previsão de André Barbault da crise econômica em 2010 baseava-se no ciclo de Plutão. O planeta recebeu esse nome porque, como o submundo clássico, é um lugar distante, escuro e frio. Hades era o deus do subterrâneo na mitologia grega, e seu nome também era aplicado à terra dos mortos. Talvez porque os metais preciosos e os minerais venham do subsolo, os gregos também chamavam de Ploutos, de plouton, "riqueza", de onde vem seu nome romano, Plutão. Senhor da morte e do inverno, era um deus taciturno e ameaçador, mas não maligno, porque a morte é inevitável, e o inverno sempre traz a promessa da primavera. Poucos dos que entram nesse reino retornaram, com exceção de figuras heróicas como Hércules, Perséfone, Orfeu e Enéas, que enfrentaram e venceram horrores penosos e sobrenaturais.

Características de Plutão

Plutão ajuda a enfrentar medos subconscientes. Muitos preferem distância de aspectos negativos da vida, ignorando-os ou adiando enfrentá-los. Podem se voltar a doutrinas simplistas, ou à pura autoindulgência. Mas Plutão torna difícil evitar e negar os problemas que é preciso enfrentar. Seu ciclo provoca, alimenta e depois debilita nossas obsessões, constantemente.
Como permanece em cada signo por uma geração, rendemo-nos aos excessos desses períodos, como se Plutão fosse ficar para sempre. Então, quando seu signo muda, restam problemas ainda maiores. Ele passou de Sagitário para Capricórnio no início da crise econômica mundial de 2008.  Outras mudanças do signo de Plutão marcaram duas grandes guerras e períodos de transformação social. Além de descrever as características da geração à qual pertencemos, sua posição no mapa mostra vulnerabilidades individuais. Teta a validade dos medos e o quanto podem durar os perigos. Isso pode revelar de que modo podemos ser valentes e bem sucedidos. Como afirmou o cientista francês Louis Pasteur, "a sorte favorece a mente bem preparada". Aceitar missões que curam nossas vidas é o caminho mais feliz e seguro. Portanto, Plutão não conseguirá nos abater. Ele estará do nosso lado.
Gillett, Roy
A Linguagem da Astrologia
São Paulo, Publifolha, 2012
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