A vitória de Donald Trump, Plutão em Aquário e Transição Planetária

Diário da Astróloga: 06/Nov/24 | E então Donald Trump se reelege como Presidente dos EUA. No vídeo de PREVISÃO 2024 eu afirmei que havia uma grande probabilidade de vitória do Republicano e gostaria de repercutir os motivos da reeleição, compartilhando uma visão mais ampla deste tempo que estamos vivendo com o auxílio da astrologia, da mitologia e da psicologia junguiana.

◼️ PLUTÃO EM AQUÁRIO

No dia 19/Nov teremos uma mudança no céu que sinaliza uma verdadeira TRANSIÇÃO PLANETÁRIA. É a entrada de Plutão, deus de morte e renascimento em Aquário, signo do coletivo. Este planeta tão importante para a astrologia, leva cerca de 250 anos para dar a volta completa na roda zodiacal e a última vez em que ele esteve no signo foi durante a Revolução Francesa e a Independência dos EUA. Se Plutão retorna ao mesmo ponto, estamos falando de um tempo com as mesmas qualidades de virada ideológica e política, com grande mudança p/ as populações. Ambos os eventos foram marcados por situações de extrema violência, radicalismo e o início de novas sociedades, guiadas por novos princípios. 

Se a astrologia é o estudo dos ciclos planetários e suas repetições, é diante disso o que estamos. Plutão deu uma "amostra grátis" entrando em Aquário em 2023 e entra de vez agora, em 19/Nov e fica até 2044. E a sua entrada definitiva pedia uma notícia que fosse um grande marco.

A vitória de Trump era esperada por vários motivos. Mas, o mais importante deles, porque é a partir deste marco que uma visão específica se firma no mundo, ditando outros rumos para a sociedade; a economia; os costumes com grandes impactos na maneira como lidamos com a tecnologia e os desafios dos eventos climáticos extremos.

Plutão em Aquário foi imaginado por alguns como a "igualdade, liberdade e fraternidade" que a Revolução ecoou 250 anos atrás. Mas, fato é que Plutão é o planeta que mostra nossas entranhas mais sombrias (como sinônimo de inconsciente) e revela os nossos desejos mais profundos. Por isso, pensar em diferença social;  disputa ideológica; cisão coletiva; cenários distópicos e a idolatria de novas tecnologias que ainda têm o seu poder desconhecido, é algo para o agora. 

E só depois de experimentarmos tudo isso em último grau é que uma nova mentalidade pode se reerguer, com algo completamente novo.

Na França da Revolução, a guilhotina foi a invenção da época que promoveu o circo de horrores coletivo e alienou a população das decisões que aconteciam apesar dela. Na atualidade, são as redes sociais e a IA que fazem esse papel de alienação e condução das massas, enquanto os destinos políticos são conduzidos por uma elite.

◼️ CONTÁGIO PSÍQUICO

Da mesma maneira como uma doença pode se espalhar e contaminar os corpos, pensamentos ou emoções podem contaminar as mentes. É o que Carl Jung chama de CONTÁGIO PSÍQUICO. O psicanalista e pai da Psicologia Analítica estudou este efeito durante a 1ª e 2ª Guerras Mundiais e em vários livros escritos nas décadas seguintes (1950 a 1960), alertava quanto à volta deste tipo de manifestação psicológica social e seus efeitos nefastos, tal qual durante aquele período.

Por outro lado é importante perceber que é a partir da análise deste fenômeno que as situações não podem ser centralizadas apenas no sujeito. Pelo contrário! Estamos falando de algo que nasce no INCONSCIENTE COLETIVO, iniciado pelo movimento anterior de Plutão em Capricórnio (2008 a 2024) com a Recessão Mundial, que uma nova onda mobiliza as emoções das massas e então à partir de uma constelação de afetos uma pessoa é eleita como representante de um sentimento coletivo. Jung explica que Adolf Hitler foi o sujeito que encarnou um desejo inconsciente da Alemanha da época.  Assim como Pepe Mujica foi o que encarnou o desejo do Uruguai de anos atrás. Essas figuras são objeto de uma POSSESSÃO ARQUETÍPICA, e manifestam a força das massas por meio de sua experiência como líder. Assim, não estamos falando sobre a força pessoal de Trump que é inegável. Mas, para muito além disso, de Trumps espalhados por todo os EUA e para além dele, numa onda ideológica que se propaga também pela Itália, França, Alemanha... e que se manifesta num único sujeito, mas também no espírito de um tempo, o "zeitgeist". 

◼️ MAPA VITORIOSO

Para além disso tudo, o mapa de Donald Trump tem a marca da vitória neste ano. Júpiter, que é conhecido como o Deus do Olimpo, para a astrologia como princípio de sorte e expansão, está "em cima da cabeça" de Trump nesta eleição, na verdade sobre o Sol dele em Gêmeos (nascido em 14/Jun/46). No signo do Puer, o juvenil, Júpiter é convincente, independentemente do que diga. Como estamos falando do maior planeta do sistema solar, Júpiter é aquele que o que toca, agiganta, blinda e expande. De modo que Trump volta, mas ainda mais forte que antes, mesmo com todo o seu histórico, seja com a Invasão do Capitólio e a morte de inocentes em 06/Jan/21 ou a lista de crimes imputados a ele.

Além disso, Urano em Touro está no alto do seu mapa, no Meio do Céu. E isso é sinal de reviravolta na vida pública. O que pode ter um tom libertador, messiânico, mas também tirano, como o dono da verdade. 

◼️ O FUTURO

Por tudo isso, pela vitória de Trump e todo o impacto que isso terá no mundo, Plutão em Aquário já chegou. E é com esse novo mundo que iremos lidar de 2025 em diante. O que Plutão nos ensina é que antes de experimentarmos uma profunda transformação, como grande alquimista que é, teremos de viver o lado mais sombrio do assunto em questão, no caso Aquário, signo de sociedade, coletividade, política, ideologia e desenvolvimento tecnológico. E só depois de atravessarmos um período em que observaremos nossa escuridão no espelho é que iremos produzir o que Jung chama de integração dos aspectos sombrios. A política como nós a conhecemos hoje e os Direitos Humanos nasceram no último Plutão em Aquário, mas não antes de muito sangue, lágrimas e vidas. E o movimento agora não será diferente. Será preciso bater os pés no subsolo do subsolo da sociedade para voltarmos renovados, quebrando paradigmas e estabelecendo algo completamente novo. Só espero que desta vez dê tempo, porque o relógio do Juízo Final não sai dos jornais.

Aline Maccari

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