segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A sociedade em transformação: Plutão em Capricórnio

Plutão ficará em Capricórnio de janeiro de 2008 a janeiro de 2024: a pós modernidade é líquida e dissolve muitas certezas. 
O mundo está de ponta cabeça, se transformando profundamente e em vários momentos chegaríamos a pensar que está inclusive a caminhar para trás, como se a humanidade pudessem retroceder, como se o relógio e a história pudessem voltar no tempo. Para o famoso sociólogo Zygmunt Bauman a sociedade tornou se líquida, nada nos oferece a certeza que tinham as gerações passadas, no trabalho, nos relacionamentos ou a cerca do futuro. A sensação desse coletivo desnorteado é típica da fase que estamos passando. Plutão, o deus dos infernos, está sobrevoando o último signo do elemento terra, Capricórnio.
Esse trânsito astrológico que começou em janeiro de 2008, abalando as estruturas da economia norte americana, chacoalhando os mercados da Europa, provocando desemprego em grande escala, deflagrando conflitos e desumanidade terá seus desdobramentos até janeiro de 2024. Serão 16 anos de transformações profundas em sociedade e em nível pessoal, íntimo, em todos nós. A última vez em que Plutão passou pelo signo de Capricórnio foi entre os anos de 1769 e 1784, quando aconteceu a revolução americana e consequentemente a independência dos Estados Unidos. No entanto, para entendermos melhor o significado e o alcance destas mudanças, nesse novo tempo, precisamos entender do que falam as mitologias de Plutão e Capricórnio.

Plutão
Passar pelo reino dos mortos nos faz renascer mais fortes. Ralph Fiennes representa Hades no filme Fúria de Titãs.

Conhecido pelos astrônomos como anão, Plutão é para os astrólogos um gigante. O mais distante do sistema solar e por isso o mais lento, tem seus impactos sentidos violentamente quando passa. E quando toca pontos importantes do céu e do mapa astral pode deflagrar situações de grande impacto, absolutamente transformadoras, apesar de vagarosas. Conhecido na mitologia grega por Hades, o deus dos infernos é temido porque governa o submundo dos mortos, da inconsciência, do desconhecido, do sexo, do oculto, do obscuro, do segredo e portanto do poder. Os trechos da mitologia que tratam de Hades o colocam em posição de transformar a vida de quem quer seja como aconteceu com Core ou Orfeu. Plutão é aquele que chega sorrateiro ou mesmo invisível, e vai tomando nossas forças, consciência e quando menos esperamos estamos envoltos em uma situação em que nem sabemos como entramos. A passagem de Plutão pelos planetas pessoais no nosso mapa astral, como Sol, Lua ou Vênus, pode despertar processos de profunda auto análise, morte e renascimento simbólicos como é de sua natureza. A intenção é não deixar pedra sobre pedra e promover destruição até que tudo surja como se o antes nunca tivesse existido. Em nível coletivo ou pessoal pode provocar desespero, solidão, depressão, isolamento, tristeza profunda, descontrole, senso de desorientação, acentuada introversão e reflexão sobre o estado das coisas. 

Capricórnio
Quem tem planetas importantes em Capricórnio pode estar passando por dificuldades financeiras, estruturais, no que diz respeito á saúde pode sofrer com dores na coluna, nos dentes. Tudo o que é firme e sólido, real ou simbólico, está em transformação. Cena do filme Gran Torino com Clint Eastwood.

O terceiro signo de terra do zodíaco é regido por Saturno, o deus do karma, o senhor do tempo e das restrições. E como vivem abençoados pela mitologia do signo, os capricornianos são como sinônimo de saturninos. Sérios, rígidos, ordeiros, prudentes, os capricornianos concentram em si algumas das qualidades que se espera ver numa pessoa adulta, madura ou mesmo de idade. Como o bode no alto da montanha sabem que precisam ir longe, com parcimônia e obstinação. São ambiciosos, responsáveis e geralmente são os que lideram grupos de trabalho ao sucesso. O bom senso nasceu com eles, a ambição também. Inspirados, podem se tornar grandes mestres, chefes justos, juristas, sacerdotes, professores, geralmente morais, disciplinados e realizadores. Ainda que por vezes seu anseio pelo sucesso possa ocultar um forte sentimento de baixa auto estima. Desconectados de uma vocação ética, inclusive quanto ao coletivo, podem se tornar materialistas, tiranos, especuladores, alpinistas sociais, frios, invejosos, perdedores, sovinas, isolados, conservadores, medrosos, desconfiados, depressivos, melancólicos. Em sociedade Capricórnio representa as próprias estruturas de poder,  instituições financeiras, bancos, grandes corporações, países, nações inteiras.

Plutão transitando pelos signos 
Hitler e Mussolini juntos. Nesta época Plutão sobrevoava Leão, cujas piores características são o egoísmo, cuja sombra é a tirania aquariana. Com Plutão em Capricórnio estamos saindo de uma ordem social para uma outra ordem social. Estamos em pleno processo de transformação.
De 1912 a 1939 Plutão esteve sobrevoando Câncer (signo oposto a Capricórnio, ou seja, Plutão estava oposto ao signo que está hoje). O período foi marcado pela começo das duas grandes guerras mundiais, com a morte de milhares de pessoas e a "invenção" de novas nações. O signo do nascimento e do lar, descobriu com Plutão que a morte (física ou simbólica das coisas) poderia mudar o eixo do planeta. Entre 1939 e 1957 Plutão transitou por Leão, signo do ego e da vaidade, com a "eleição" inconsciente de tiranos como Hitler e Mussolini, representantes de uma massa reprimida desejosa de poder. Uma reação típica aos efeitos nefastos de Plutão em Câncer. De 1956 a 1972, em Virgem, signo de saúde e trabalho, Plutão transformou as leis trabalhistas, repensou a medicina, trouxe os tratamentos chamados alternativos e uma nova consciência corporal e alimentar. Entre 1971 e 1984, no signo de Libra, o signo dos relacionamentos, Plutão resignificou o amor, as formas de amar e popularizou os divórcios. De 1983 a 1995, no signo de Escorpião, sua morada originária, Plutão reviveu a sexualidade, o psiquismo, a violência, e a morte com a descoberta da AIDS, uma doença tipicamente plutoniana (oculta e transmitida via relação sexual). Entre 1995 e 2006, em Sagitário, signo que rege juristas, religiosos, filósofos e o exterior, Plutão apontou o dedo para a pedofilia, para os escândalos de poder na Igreja Católica (Dan Brown foi o escritor daquele tempo, tratando de simbologias e abalando a Igreja) e encurtou as distâncias, com viagens mais rápidas (low cost) e acessíveis à população. Além de ter visto o nascimento ou fortalecimento de novas religiões, crenças e seitas, passando por grupos fanáticos a levantar o nome de Deus para justificar suas ações como Al Quaeda e a Igreja Universal.
 A nova luta pelo poder está nas ruas, no congresso, dentro de casa. Mas, o que é poder em tempos de Plutão em Capricórnio?


Plutão ficará em Capricórnio por 16 anos. Até agora vimos crises financeiras, falta de perspectiva de trabalho, renegociações de dívidas e ameaças de guerras pelo poder. Tudo isso numa fase em que vimos o esbanjar do materialismo como reflexo de uma sociedade organizada sobre os pilares do capital. A grande pergunta que devemos fazer a nós mesmos agora talvez seja: se construímos toda essa estrutura social baseada em moedas sem valor real como iremos nos reorganizar agora que elas estão claramente enferrujadas? E como o trabalho é base de lançamento de qualquer projeto pessoal como iremos realizar nossos sonhos se não há espaço nem recursos para todos? Em um momento de forte luta pelo poder, numa realidade em que a própria noção de poder está em jogo, talvez fosse providencial percebermos o que significa esta palavra para cada um de nós, e para todos nós como um todo, uma nação. Novas estruturas, novas formas de pensar a política e o poder, novas formas de trabalho em grupo, novas frentes criativas e consequentemente novas organizações relacionais e até familiares estão surgindo. 
O tempo linear é regido por Cronos ou Saturno, planeta regente de Capricórnio.
Os capricornianos estão sempre preocupados com trabalho, dinheiro, status. Quando deveriam se preocupar com o que resiste ao tempo: a família, o amor e as boas lembranças.
E num mundo capitalista, sem recursos materiais, no entanto ainda com algum bom senso, estamos pensando se realmente conseguiremos suprir nossos filhos. Com Plutão em oposição a Câncer, o signo da maternidade, até o futuro das novas gerações pode estar em jogo. A parte positiva das viagens de Plutão é que onde ele chega revela verdade, nos ajuda a finalmente perceber "o fundamental". Já era hora de aprendermos que "menos é mais". 
Aline Maccari


https://www.youtube.com/watch?v=POZcBNo-D4A
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