sexta-feira, 5 de março de 2021

Abusos, abandonos e mimimis: Refletindo sobre relacionamentos abusivos

Diário da Astróloga: 05.03.21 | Em qualquer época, mas especialmente na Temporada Pisciana é comum termos pesadelos. Nesta noite, acordei atordoada com um daqueles. Sonhei que estava no enterro do meu pai. Uma dor dilacerante me atravessava a alma. Minhas pernas mal me sustentavam. O chão se descolava dos meus pés. Eu não tinha onde apoiar o meu espírito. Sem forças, esgotada, perdida e desesperada, eu acompanhava com o olhar a chegada de um carro vindo em alta velocidade, até se aproximar do caixão. Um tio distante, cheio de ódio, saiu de dentro do automóvel e gritou: "Deixa de mimimi porra! Que frescura é essa?". 
Ainda bem que foi só um pesadelo, não é mesmo? Pois se fosse a vida real, meu planetas em Áries teriam arrancado a cabeça daquele homem no dente.
É incrível percebermos que o que acontece fora de nós e nos atravessa, acontece também dentro de nós. Macrocosmo e microcosmo são a mesma coisa. Por isso é tão importante nos tornarmos observadores do mundo, dos fatos e de nós mesmo, pois a vida é didática e ela sempre nos apontará situações, correlações, sinais e direções a serem seguidas.

Um pesadelo como esse me fala de uma relação extremamente abusiva e perversa. Esses dias tenho ouvido psicólogos, sociólogos, filósofos e especialistas dizendo que o Brasil se encontra neste poço sem fundo porque é um país violento. E que as pessoas de um modo geral sofrem do que eu chamaria de "normose", a doença de quem acha tudo normal, inclusive absurdos. Mas eu discordo disso em parte. Acho que o Brasil é sim um país violento, mas acima de tudo um país acostumado a relacionamentos abusivos. 


RELACIONAMENTO ABUSIVO
A relação abusiva é uma dinâmica terrivelmente perversa. O abusador geralmente é uma pessoa com graves problemas de auto estima, que precisa sugar suas vítimas, geralmente escolhidas a dedo, como um parasita que se alimenta do melhor do outro. O problema é que, com o tempo, o hospedeiro vai se convencendo dos absurdos que ouve, dos gritos que lhe atravessam, da violência constante e depois de meses ou anos de maus tratos ele passa a acreditar fielmente que está recebendo o melhor carinho do mundo. Sua auto estima é minada a tal ponto que ele não consegue mais identificar a manipulação a que está sendo submetido e não encontra forças para sair desta relação. E então esta dinâmica desonesta e sombria se prolonga, até que a vítima não tenha mais nada a oferecer, nem para si, nem para o mundo. E depois que o abusador alcançou tudo o que queria, reconhecendo que já conseguiu toda a seiva da qual precisava, ele mesmo muda de hospedeiro para que possa sugar uma vítima mais fresca, ainda cheia de saúde, alegria e amor para dar.

O Brasil tem sua história atravessada por narrativas abusivas. Elas fazem parte da gênese do país. E porque elas estão nas primeiras páginas do livro do Brasil, as relações abusivas saem do cosmos social e entram no cosmos íntimo. Basta nos lembrarmos que este é país com o maior número de feminicídios no mundo, só para citar um exemplo. 

Em qualquer época do ano, mas especialmente na Temporada Pisciana, podemos viver absurdos, situações surreais até esbarrarmos na finitude. É como se precisássemos viver uma experiência de grande teor sombrio para nos rendermos finalmente ao divino ou à consciência. A cena de familiares ajoelhados ao redor de um hospital em Santa Catarina, rezando pela vida de seus entes queridos na fila de espera para um leito de UTI, me partiu o coração. Mas, como disse no primeiro dia de Peixes, a cena era esperada. Nesta trecho da saga zodiacal nos sentimos tão desesperados que só nos resta de fato jogar os joelhos no chão e suplicar por intervenção divina. Mas, em algum momento da história, quiçá no final da saga pisciana, na transição para o Ano Novo Astrológico que se inicia com a entrada do Sol no guerreiro Áries (21.03), um milagre aconteça e algo se transforme em nós. E então ganhamos forças novamente para nos livramos de tudo, inclusive dos relacionamentos abusivos. A pergunta que se faz agora, em meio a uma reflexiva Lua Minguante é: "Até quando?". Dentro de todos nós neste momento há uma voz que se exaure de tanto perguntar, reclamar e suplicar. Pois se a esperança está aí, que venha logo a Primavera. Precisamos que o nosso guerreiro interior nos livre da nossa própria PASSIVIDADE PATOLÓGICA. Às vezes as pessoas não reagem não porque compactuam com o abuso, mas porque não percebem o tamanho do absurdo. Outro dia alguém me perguntou porque há pessoas que ainda defendem seus abusadores. Eu acredito que algumas destas pessoas foram tão desamparadas e abandonadas durante toda a vida, que até um esporro é melhor que o silêncio. Mas uma das funções do pesadelo é trazer conteúdos do inconsciente para a consciência. Portanto, despertemos!
Aline Maccari Jornalista, Astróloga e Analista Junguiana
CRÉDITOS: A imagem é do fotógrafo Alex Stoddard 


Diário da Astróloga: 05.03.21 | Hoje eu falo sobre relacionamentos abusivos e mimimis na vida, na vida social e íntima, durante a temporada pisciana. Que Zeus nos dê saúde, mas também atitude! Aline Maccari Jornalista, Astróloga e Analista Junguiana
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CRÉDITOS: A Astróloga
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