segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Slumberland: um submundo particular

Os quadrinhos sempre beberam na fonte da mitologia grega.  E a barca que leva Nemo a
Slumberland parece na verdade levá-lo a Hades, o submundo de Plutão.
Um inferno inconsciente particular que habita em cada um de nós.
Os planetas podem nos pregar peças. Um dia como o de hoje poderia estar descrito na literatura astrológica como uma segunda-feira pra lá de venusiana, com Sol e Lua em Libra, a casa de Afrodite. Um dia onde a beleza, a leveza, a diplomacia e a delicadeza  nos imperariam. E dormiríamos à noite como quem curtiu um dia de férias. Mas não é assim que acontece para todos. Quando os planetas atuais se movimentam no céu eles esbarram simbolicamente e formam aspectos com os planetas que estavam no seu céu no dia do seu nascimento. Como duas engrenagens de um relógio maior que pontuam a passagem da vida, com os planetas "natais" fixos e os planetas "de trânsito" em movimento.  E uma geração inteira, próxima dos trinta e poucos anos de idade tem Plutão neste signo. E um dia que se assemelharia à leveza de uma pluma, pode despertar com a dureza e o peso de uma bigorna. Quando os planetas de trânsito, por mais leves e benéficos que sejam, encostam e formam ângulos tensos com os planetas transaturninos (Saturno, Urano, Netuno e Plutão), os dias que se seguem podem ser difíceis, cheios de desafios, invisíveis inlcusive. E um dia que seria característico da manifestação da Afrodite, deusa do amor, pode se transformar num dia de Perséfone, a deusa do submundo, do mundo dos mortos, onde impera o maridão Seu Plutão. O que pode despertar em nós medos inconscientes, um certo desespero, um apego incontrolável à cama, um desapego irresistível do trabalho, vontade de apagar as luzes novamente e ficar sozinho com os próprios problemas, reais ou irreais, até que eles sejam dissolvidos. Por isso dias que num primeiro momento são ótimos para a maioria das pessoas, para outras é uma tormenta. E não seria essa a graça da vida? Colorindo o dia de hoje com a beleza da arte, o Google fez uma homenagem, em sua página de pesquisa, ao cartunista libriano Winsor McCay que hoje faria aniversário. Um dos pais do desenho animado teria inspirado até Walt Disney. Seu personagem favorito era o menino Nemo, que em latim significa "ninguém". O garoto despencava da cama pelas manhãs numa espécie de sonho. Em meio à viagem encontrava com a Lua e Marte, visitava mundos e submundos. O mais comum deles era o reino de Morphy, ou Morpheu, não por acaso o deus grego dos sonhos, para brincar com sua filha, a princesa Camille (ou seria Perséfone?). No mundo onírico Nemo envelhecia repentinamente, era esmagado por cogumelos gigantes ou transformado em macaco. Assim era em Slumberland, o "submundo" inconsciente do menino (ou seria o reino de Plutão?). Assim, se passarmos grande parte do dia na nossa "Slumberland" pessoal, pelo menos avise ao chefe e aos amigos que você estará num "mundinho" paralelo, para que eles não fiquem preocupados com reações tão adversas. Amanhã e depois, com a Lua em Escorpião o sentimento de inadequação ou fuga pode persistir, apesar de tudo parecer muito bem aparentemente. É que nunca sabemos de fato os bichos que moram dentro de nós. E às vezes são eles que falam mais alto.
Aline Maccari

O cartunista Winson McCay faria aniversário hoje. O libriano levava seu alter ego (Nemo) para passear em Slumberland ou o reino dos sonhos, para nós mais parecido com o tenebroso reino de Plutão.
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